
MARANHÃO, 13 de novembro de 2025 – O Maranhão deve sediar a primeira universidade instalada em território indígena do Brasil. O projeto será desenvolvido na Terra Indígena Arariboia, em Amarante do Maranhão, e foi apresentado durante o primeiro dia da COP30, em Belém. A iniciativa é coordenada pelo Instituto Tukàn e conta com apoio do Governo do Estado.
A proposta busca integrar o conhecimento tradicional indígena ao ensino superior, com foco em sustentabilidade, preservação ambiental e valorização cultural. O processo de implantação envolve consultas com as comunidades locais, conduzidas pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema).
De acordo com o Instituto Tukàn, o projeto abrangerá 253 aldeias e cerca de 14 mil indígenas, distribuídos em uma área de mais de 413 mil hectares. O levantamento técnico aponta que 92% do território permanece preservado.
A universidade pretende oferecer cursos voltados à bioeconomia, ciências ambientais e formação acadêmica aplicada à realidade dos povos originários. A estrutura também deverá servir como espaço de pesquisa e apoio às atividades de proteção da floresta e desenvolvimento sustentável.
A iniciativa é conduzida pelo Centro de Saberes Tentehar Tukàn, entidade sem fins lucrativos que atua em projetos de educação e cultura indígena. Segundo dados do IBGE (2022), o Maranhão possui a maior população indígena do Nordeste, com representantes de 12 povos distribuídos em 18 territórios e 210 municípios.







