
BRASIL, 24 de outubro de 2025 – As contas externas do Brasil fecharam setembro com um déficit de US$ 9,8 bilhões, o pior resultado para o mês em toda a série histórica do Banco Central. O déficit representa um aumento de 32% em relação a setembro de 2024, quando o rombo foi de US$ 7,4 bilhões.
Os dados, divulgados nesta sexta (24), mostram que a balança comercial e o envio de renda ao exterior pressionaram o resultado. O saldo negativo em transações correntes nos últimos 12 meses já alcança 3,6% do PIB.
A balança comercial registrou um superavit de apenas US$ 2,32 bilhões, valor inferior ao do ano anterior. Além disso, a conta de renda primária, que inclui remessas de lucros e dividendos, apresentou um déficit de US$ 7,64 bilhões.
A conta de serviços também permaneceu negativa, com um rombo de US$ 4,9 bilhões. Por outro lado, o Investimento Direto no País (IDP) atingiu US$ 10,7 bilhões em setembro, o maior valor para o mês na série histórica.
A entrada de recursos externos via IDP trouxe um alívio às contas nacionais. Desse total, US$ 4,2 bilhões corresponderam a participação no capital de empresas, sem contar lucros reinvestidos. Outros US$ 4,6 bilhões vieram de reinvestimentos, e US$ 1,9 bilhão entraram em operações entre companhias do mesmo grupo.
No acumulado de 12 meses, o IDP totalizou US$ 75,8 bilhões, equivalente a 3,4% do PIB. Esse fluxo ajuda a financiar o déficit em transações correntes.
O resultado acumulado em 12 meses até setembro chegou a US$ 78,9 bilhões, superando os US$ 76,6 bilhões registrados em agosto. Esse déficit de 3,6% do PIB está acima do verificado um ano antes, que era de 2,2%.







