
SÃO LUÍS, 18 de outubro de 2025 – A Justiça do Maranhão determinou, neste sábado (18), a liberdade provisória de três pessoas presas sob suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao uso irregular de emendas parlamentares.
A decisão partiu do juiz Luís Carlos Dutra, do Plantão Criminal de 1º Grau de São Luís, após a audiência de custódia realizada no mesmo dia.
Foram libertados Maria José de Lima Soares, presidente do Boi de Maracanã e representante da Banzeiro Grande Produções LTDA; Larissa Rezende Santos, assessora da deputada estadual Andreia Rezende (PSB); e Ivan Jorge da Piedade Madeira, presidente da Companhia de Cultura Popular Catarina Mina.
Eles haviam sido presos em uma agência do Banco do Brasil no Centro de São Luís, quando sacavam R$ 400 mil.
ESQUEMA COM EMENDAS PARLAMENTARES
De acordo com a Polícia Federal, o valor sacado seria destinado a projetos culturais financiados por emendas parlamentares estaduais, mas há indícios de que o dinheiro foi desviado.
O montante total investigado ultrapassa R$ 2 milhões. As apurações apontam que as instituições envolvidas seriam de fachada, contratadas para promover eventos que não ocorreram.
Segundo a PF, os recursos de emendas públicas eram repassados às entidades, cujos dirigentes realizavam saques em espécie de forma fracionada, o que permitia a ocultação da real destinação dos valores.
A operação flagrou os três suspeitos logo após um saque expressivo, que seria repassado à Companhia Catarina Mina para um evento em comemoração ao Dia das Crianças, que não chegou a ser realizado.
Durante a abordagem, os agentes federais constataram que uma das presas, Larissa Rezende, tentava entregar uma mochila com R$ 400 mil à deputada Helena Duailibe (PP), na Assembleia Legislativa do Maranhão. O fato motivou a inclusão do nome da parlamentar nas investigações.
A Polícia Federal segue apurando a origem e o destino final dos recursos, além do envolvimento de outras pessoas e entidades culturais beneficiadas pelas emendas.
POSICIONAMENTOS DAS DEFESAS
A defesa de Ivan Madeira afirmou que ele é um dos mais antigos promotores de cultura popular do Maranhão, com quase três décadas à frente da Companhia Catarina Mina, e declarou que vai colaborar com as investigações.
A defesa de Larissa Rezende destacou que a cliente é ré primária, possui ocupação lícita e sempre atuou com ética. Reforçou que qualquer conclusão antecipada seria precipitada e que os fatos serão esclarecidos no momento processual adequado.
Já a defesa de Maria José de Lima Soares afirmou que ela sempre trabalhou com emendas parlamentares e prestou contas de todos os eventos sob sua responsabilidade. Disse ainda que a presidente do Boi de Maracanã mantém um histórico de atuação cultural reconhecida e confia na Justiça para comprovar sua inocência.
A deputada Helena Duailibe declarou, em nota, que foi surpreendida pela situação, negou conhecer os investigados e afirmou nunca ter recebido valores indevidos. A deputada Cláudia Coutinho esclareceu que não é investigada e que a citação de seu nome decorre apenas de uma lista de parlamentares que indicaram emendas à Secretaria de Cultura.
A Assembleia Legislativa do Maranhão também se manifestou, informando que ainda não recebeu comunicação oficial sobre o caso. A Casa assegurou que, quando formalmente notificada, colaborará integralmente com as autoridades competentes e fornecerá todas as informações solicitadas.
Por fim, a deputada Andreia Rezende ainda não havia se pronunciado.








Já estão soltos??
Só no Mará véio de peia!!!!
Maranhão meu tesouro meu torrão.