ROMBO DO INSS

Deputado do MA recebeu milhões de entidade sob investigação

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Deputado maranhense
Deputado maranhense é citado em inquérito da PF por repasses feitos por entidade suspeita de envolvimento em esquema bilionário de descontos indevidos no INSS.

MARANHÃO, 03 de maio de 2025 – O deputado estadual Edson Araújo (PSB), do Maranhão, recebeu R$ 5,4 milhões entre maio de 2023 e maio de 2024 da Federação das Colônias dos Pescadores do Estado do Maranhão.

A entidade é investigada em um esquema de fraudes contra aposentados do INSS. Os dados constam em apuração da Polícia Federal (PF), divulgada pelo portal Metrópoles.

Segundo o relatório da PF, os repasses ocorreram após a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a Confederação Brasileira dos Trabalhadores de Pesca e Aquicultura (CBPA) e o INSS, permitindo o desconto automático de mensalidades diretamente da folha de pagamento de aposentadorias.

A federação maranhense, presidida por Edson Araújo, recebeu R$ 400 mil da CBPA, entidade que acumulou R$ 99 milhões por meio desses descontos. As investigações apontam inconsistências entre os valores recebidos e a capacidade econômica do deputado.

A PF destaca que os valores movimentados podem indicar ocultação de patrimônio ou sonegação fiscal. Diante disso, o juiz Frederico Botelho Viana, da 15ª Vara Criminal de Brasília, encaminhou o caso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, já que o parlamentar possui foro privilegiado.

Na época dos repasses, Edson Araújo exercia o cargo de secretário da Pesca no governo do Maranhão. Ele reassumiu o mandato na Assembleia Legislativa em janeiro de 2024, após parlamentares titulares se elegerem prefeitos.

Apesar de procurado pela reportagem, o deputado não respondeu aos questionamentos. Ele também foi segundo vice-presidente da CBPA, o que, segundo a PF, reforça a ligação entre sua atuação pública e os repasses investigados.

A CBPA, criada em 2020, firmou o ACT com o INSS em julho de 2022. A partir de 2023, a entidade passou a receber os valores após inserir em massa dados no sistema Dataprev, o que, conforme a CGU, transformou o INSS em uma “indústria de descontos indevidos”.

O relatório da PF aponta que há indícios de falsificação das listas enviadas ao INSS, com inclusão de pessoas que não autorizaram os descontos, especialmente moradores de áreas rurais.

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