
MARANHÃO, 12 de janeiro de 2025 – Levantamento do Poder 360 revelou que, em dez cidades brasileiras, o número de beneficiários do Bolsa Família supera o total de domicílios. No Maranhão, a situação ocorre em Serrano do Maranhão, Cachoeira Grande e Pedro do Rosário. Especialistas apontam indícios de concessões indevidas do benefício.
O Bolsa Família só pode ser concedido a um titular por família, que pode ser homem ou mulher. Em alguns casos, mais de uma família compartilha o mesmo endereço, mas as regras do programa impedem que um mesmo domicílio receba o auxílio mais de uma vez.
SERRANO LIDERA DISPARIDADE
O município de Serrano do Maranhão apresenta a maior discrepância. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade possui 3.953 casas, mas o Ministério do Desenvolvimento Social registrou 5.041 famílias beneficiárias, o que equivale a 127,5% do total de domicílios.
A prefeita Val Cunha (PL) atribui a inconsistência a um erro no Censo de 2022. O procurador do município, Rômulo Emanuel da Silva, afirma que o povoado de Santa Filomena, com 200 moradores, foi erroneamente incluído em Santa Helena. Além disso, segundo ele, recenseadores não visitaram Boa Esperança, onde vivem 800 pessoas.
O IBGE, questionado por e-mail e telefone, informou que recenseadores estiveram nas localidades e que a Comunidade Quilombola Santa Filomena pertence ao município vizinho.
OUTRAS CIDADES MARANHENSES
Além de Serrano do Maranhão, os municípios de Cachoeira Grande e Pedro do Rosário também apresentam um número de beneficiários do Bolsa Família superior ao de domicílios.
O Ministério do Desenvolvimento Social atribui as diferenças ao crescimento populacional desde o último Censo. A pasta afirma que a elegibilidade das famílias é baseada no Cadastro Único, atualizado com maior frequência.
“Enquanto o Censo mapeia os domicílios, o Cadastro Único identifica o perfil das famílias e suas condições de vida. Em algumas localidades de maior vulnerabilidade, mais de uma família pode residir no mesmo domicílio, sendo classificadas como ‘famílias conviventes’”, informou o governo.