MARANHÃO, 28 de novembro de 2024 – Mais de 1,2 mil crianças e adolescentes do Maranhão, com até 17 anos, perdem anualmente ao menos um dos pais desde 2021, segundo dados inéditos dos Cartórios de Registro Civil. Em 2021, a Covid-19 contribuiu diretamente para a orfandade de 123 dessas crianças, representando 1/8 do total de 1.031 órfãos registrados no estado naquele ano.
A inclusão obrigatória do CPF nos registros de nascimento a partir de 2021 permitiu cruzar informações de nascimentos e óbitos, possibilitando a identificação precisa de crianças órfãs.
Gabriella Caminha, presidente da Arpen-MA, destaca que essa mudança trouxe avanços significativos, tornando as estatísticas mais confiáveis e permitindo maior eficiência no planejamento de políticas públicas.
Entre 2021 e 2024, os números mostram crescimento no registro de órfãos. Após os 1.031 de 2021, o total subiu para 1.138 em 2022, 1.539 em 2023 e já alcança 1.467 até outubro de 2024. Esses números indicam que o total deste ano pode superar o recorde anterior.
COVID-19 E OUTRAS DOENÇAS RELACIONADAS
Desde 2019, 160 crianças no Maranhão perderam pelo menos um dos pais em decorrência direta da Covid-19. Considerando doenças correlacionadas, como síndrome respiratória aguda grave, insuficiência respiratória e causas indeterminadas, o número pode chegar a 463 órfãos no estado.
Órfãos de ambos os pais também foram registrados. Em 2021, foram 19 casos, seguidos por 30 em 2022, 27 em 2023 e 23 até outubro de 2024. A pandemia também agravou mortes por doenças como infarto, AVC, sepse e pneumonia, elevando os números de crianças órfãs no período.
SOBRE A ARPEN-MA E O ON-RCPN
A Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Maranhão (Arpen-MA) representa os cartórios de registro civil no estado, responsáveis por atos como registro de nascimento, casamento e óbito.
O ON-RCPN gerencia a migração desses serviços para plataformas digitais, ampliando o acesso e a eficiência dos registros.