BRASIL, 21 de novembro de 2024 – Nas eleições de 2024, o Partido dos Trabalhadores (PT) elegeu 3,6 mil políticos em todo o Brasil. Entre os eleitos, 45% se declararam brancos, enquanto apenas 10% se identificaram como pretos, segundo registros da Justiça Eleitoral.
O PT lançou cerca de 30 mil candidatos, mais que o dobro do número registrado por outros partidos. Desses, 12,5 mil se declararam brancos, enquanto apenas 5,3 mil se identificaram como pretos.
A proporção de candidatos brancos supera a de pretos, refletindo uma disparidade racial significativa dentro da legenda do presidente Lula.
PSOL REPETE PADRÃO DE DESIGUALDADE
A diferença racial também é evidente no PSOL, partido fundado em 2004 por dissidentes do PT. Nas eleições de 2024, o PSOL apresentou quase 4 mil candidatos. Entre eles, 32% se declararam brancos, enquanto 28% se identificaram como pretos.
O partido conseguiu eleger 78 políticos, dos quais 40, ou mais da metade, eram brancos. Entre os candidatos que não foram eleitos, o mais votado foi Guilherme Boulos, que disputou a prefeitura de São Paulo. Declarado branco, cisgênero e casado, Boulos é filho de médicos e formado pela Universidade de São Paulo (USP).
Na chapa de Boulos, sua vice foi Marta Suplicy, também branca, cisgênero e casada, oriunda de uma família rica. A composição da candidatura reflete a tendência observada nos dados gerais do PSOL, que também elegeu mais candidatos brancos do que pretos.
