SÃO LUÍS, 12 de agosto de 2024 – Durante a campanha, o prefeito Eduardo Braide (PSD) tem atribuído à Câmara Municipal de São Luís a responsabilidade de resolver problemas relacionados ao transporte público, setor que tem sido uma das áreas mais críticas de sua gestão.
Em entrevista à TV Mirante nesta quarta (11), Braide reafirmou essa postura, destacando a necessidade de autorização legislativa para revisar contratos de licitação do sistema de transporte.
Na ocasião, o prefeito foi questionado sobre os desafios do transporte público durante a entrevista, especialmente sobre as três greves dos rodoviários, dois aumentos de tarifas e o subsídio de R$ 7 milhões destinados ao setor.
Braide explicou que as greves ocorreram devido à pressão dos empresários por reajustes, mas destacou que conseguiu limitar os aumentos em “apenas” 20 e 30 centavos.
Além disso, o prefeito reiterou que encaminhou um projeto de lei à Câmara para autorizar o Poder Executivo a revisar os contratos de licitação das empresas de ônibus.
No entanto, essa atitude foi interpretada como uma tentativa de transferir a responsabilidade à Câmara, sem apresentar soluções diretas para o problema.
Segundo Braide, a revisão dos contratos de transporte público depende da aprovação legislativa.
No entanto, especialistas afirmam que a prefeitura poderia, de imediato, rever esses contratos, caso as empresas não estejam cumprindo o que foi estabelecido, como a renovação da frota e a inclusão de ônibus com ar-condicionado.
A licitação previa também a manutenção de veículos e melhorias graduais no serviço, que, segundo usuários, não foram atendidas.
O contrato de licitação prevê discussões anuais sobre o reajuste das tarifas, baseadas em uma fórmula paramétrica que leva em conta o custo e a margem de lucro do sistema de transporte.
No entanto, segundo críticos, essas informações não são disponibilizadas de forma transparente para a sociedade. Em vez disso, o que se observa é um processo de pressão por parte dos empresários, greves, e reajustes que beneficiam apenas parcialmente a população.
Braide defendeu que os aumentos concedidos foram menores do que o solicitado pelos empresários, mas a ausência de um plano efetivo para melhorias no transporte público tem gerado insatisfação.
Apesar dos reajustes anuais, o sistema continua ineficiente, com poucos avanços concretos para os usuários.