BRASIL, 26 de março de 2024 – O Brasil registrou um aumento significativo na área queimada em fevereiro de 2024, com um crescimento de 410% em relação ao mesmo período de 2023, segundo dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
Aproximadamente 950 mil hectares foram consumidos pelo fogo, com 79% dessa área composta por vegetação nativa.
Os biomas Amazônia e Cerrado lideram as estatísticas de queimadas, totalizando 750 mil hectares queimados somente no mês de fevereiro.
Ao longo do ano, o país já contabilizou 1,98 milhão de hectares devastados, representando um alarmante aumento de 319% em relação aos dois primeiros meses de 2023.
O Estado de Roraima, junto com Pará e Amazonas, responde por 85% da área queimada em 2024. Roraima registrou sozinho 1 milhão de hectares queimados, correspondendo a 54% de toda a área afetada no Brasil.
O pesquisador do Ipam, Felipe Martenexen, atribui o aumento das queimadas ao fenômeno do El Niño, que intensifica o período de seca entre dezembro e abril.
Na Amazônia, 93% da área queimada no país durante os primeiros dois meses de 2024 está concentrada, atingindo 898 mil hectares apenas em fevereiro, o maior registro desde o início do Monitor do Fogo em 2019.
A maior parte da área afetada é de vegetação nativa, com as formações campestres representando 47% do total.
No Cerrado, o aumento também é alto, com um salto de 152% no início do ano.
As queimadas já atingiram 61 mil hectares, com fevereiro registrando um aumento de 147% em comparação ao mesmo mês de 2023, alcançando mais de 29,6 mil hectares afetados.