Travesti é assassinada com golpes de faca em Raposa
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De acordo com a polícia, a vítima teve a residência invadida por criminosos e foi morta a golpes de faca
Eliziane Gama solicita debate com presidente da Ucrânia no Senado
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Senadora quer discutir a guerra com a Rússia e afirmou que presença do presidente ucraniano seria ‘gesto a favor da paz’
O melancólico fim da terceira via – Revista Oeste
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Em novembro do ano passado, a edição 88 de Oeste mostrou que políticos do PSDB se digladiavam para escolher quem seria o candidato à medalha de bronze nas eleições presidenciais. Ao pelotão tucano, juntaram-se o ex-juiz Sergio Moro, o eterno candidato Ciro Gomes, os senadores Rodrigo Pacheco e Simone Tebet, entre outros frequentadores de manchetes de jornais. Passados quatro meses, é provável que nenhum deles termine a corrida. Essa ciranda de nomes foi uma tentativa de criar a inédita “terceira via” eleitoral no Brasil. Ou seja, alguém que surgiria para quebrar a polarização de uma campanha já desenhada: o presidente Jair Bolsonaro e o petista Luiz Inácio Lula da Silva vão decidir o páreo. Se a vitória será mais ou menos apertada, é impossível prever tão cedo, apesar da insistência dos institutos de pesquisas. Mas um dado é real: a “via alternativa” não vingou. Quem chegou mais perto da construção de um projeto viável foi Sergio Moro: arrumou um partido (Podemos) capaz de bancar sua campanha eleitoral e dar alguma sustentabilidade em Brasília. E ainda detém a preferência de uma pequena fatia da imprensa que guarda memória do juiz da Lava Jato. Hoje, contudo, Moro não é nem sombra do enorme boneco inflável exibido em sua homenagem nas manifestações da Avenida Paulista. Era uma época em que os “meninos” do Movimento Brasil Livre (MBL) discursavam em caminhões contra a corrupção e terminavam ovacionados. Moro chamou o grupo para o seu palanque. Ao associar sua pré-candidatura ao MBL, Moro demonstrou mais uma vez ser um especialista em decisões erradas. Assim como foi o desastrado desembarque do governo Bolsonaro, as pífias acusações de interferência na Polícia Federal entregues para a TV Globo e a ladainha das “rachadinhas”. A série de entrevistas que concedeu até agora tem demonstrado que ao ex-juiz falta vocação para a política. Mas nada foi pior do que a escolha do deputado estadual Arthur do Val, o “Mamãe Falei”, para ser o seu candidato ao governo de São Paulo. Áudios devastadores Arthur do Val é o assunto mais comentado nas redes sociais — e até na imprensa mundial — há uma semana. Chegou a virar notícia no The Guardian. Em vez de se preocupar com suas tarefas na Assembleia Legislativa, como buscar recursos e oferecer ajuda aos municípios paulistas, ele decidiu ir para a guerra na fronteira com a Ucrânia. Qual o plano? Ao lado de Renan Santos, coordenador do MBL, promoveria uma “vaquinha virtual” para amealhar recursos para as vítimas do combate. A exposição nas redes foi enorme, inclusive com uma inexplicável imagem ao lado de pilhas de garrafas vazias. Diz a legenda: “Nunca imaginei que um dia nessa vida ainda faria coquetéis molotov para o Exército ucraniano”. Se ele e Renan Santos sabiam produzir bombas caseiras ou não, pouco importa. A foto diz muito sobre alguém eleito para um cargo público que se comporta como frequentador de balada paulistana no meio do horror da guerra. Ver esta publicação no Instagram Uma publicação partilhada por Arthur do Val – MamaeFalei (@arthurmoledoval) O saldo declarado da arrecadação na internet foi de R$ 280 mil. Mas o prejuízo provocado pela divulgação de um áudio sexista sobre mulheres ucranianas que fugiam do bombardeio russo ainda é incalculável. Ao desembarcar no Brasil, o deputado deparou com o estrago causado pelas suas falas. Algumas não foram reproduzidas aqui por respeito ao leitor, mas podem ser facilmente encontradas na internet. Foi um tiro de canhão na própria carreira política. Virou alvo de mais de uma dezena de processos de cassação do mandato por quebra de decoro. Teve de deixar o Podemos para não ser expulso. Anunciou que não disputará mais o Palácio dos Bandeirantes nem tentará a reeleição para o Legislativo. Afastou-se do MBL. Perder a namorada, segundo ele, foi o pior que lhe aconteceu nessa viagem. Sergio Moro teve de fazer malabarismo para condenar a atitude do aliado sem romper com o MBL. Até agora, não convenceu. Seu palanque no maior Estado do país implodiu. Lamento profundamente e repudio veementemente as graves declarações do deputado Arthur do Val divulgadas pela imprensa. O tratamento dispensado às mulheres ucranianas refugiadas e às policiais do país é inaceitável em qualquer contexto. ➡️ — Sergio Moro (@SF_Moro) March 4, 2022 O fiasco de João Doria O governador João Doria é um daqueles exemplos de político que deixa o cargo menor do que quando entra. Foi eleito para administrar um PIB (Produto Interno Bruto) maior do que o de países como a Argentina, principal parceira comercial do Brasil na América do Sul. E fez de sua gestão um poço de vaidade. O primeiro passo em falso do tucano foi assumir precocemente o papel de inimigo número um de Bolsonaro. As camisetas amarelas do “BolsoDoria”, que o fizeram surfar na onda dos votos do presidente, falam por si só. Semanas depois de estar sentado na cadeira de comando de uma máquina como o Palácio dos Bandeirantes, ele já queria ser presidente. Foi a pandemia, contudo, que colocou Doria num caminho sem volta. Insuflado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tirou o comando das ações contra a covid do governo federal, o tucano viu na crise sanitária uma oportunidade de se tornar protagonista. Decidiu montar um gabinete de tecnocratas para cuidar da pandemia. Autointitulou-se o “pai da vacina” e começou a fazer pronunciamentos diários. Os mais recentes, como a liberação parcial do uso de máscaras depois do Carnaval, foram feitos no jardim do Palácio dos Bandeirantes, nos moldes da Casa Branca. À medida que a população foi se cansando das restrições impostas, Doria se tornou refém do seu comitê de especialistas. Mas, em vez de rever a escalada de medidas autoritárias e impopulares, dobrou a aposta. Dois anos depois do início da pandemia, São Paulo ainda tem escolas e faculdades fechadas, e a adesão às vacinas de reforço perdeu fôlego. Resta ainda um punhado de candidatos de si mesmos. Quem melhor veste essa camisa é Ciro Gomes Paralelamente, o tucano enfrentou desgaste no PSDB. Venceu o gaúcho Eduardo Leite nas prévias,
Usuários que compartilham senhas terão cobrança extra da Netflix
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O serviço de transmissão online Netflix passará a cobrar uma taxa adicional para usuários que compartilham senhas com pessoas que moram em outras residências. O valor extra será cobrado na assinatura mensal de membros dos planos Standard e Premium, cuja medida será aplicada em fase de testes no Chile (US$ 3), na Costa Rica (US$ 3) e no Peru (US$ 2,12) para acrescentar até duas contas aos seus perfis, nas próximas semanas. Segundo a Netflix, o compartilhamento de senhas com pessoas de outras residências interfere na sua capacidade de investir em novos produções para os clientes pagantes. “Queremos garantir que todos os novos recursos sejam flexíveis e úteis para os membros, cujas assinaturas financiam todos os nossos excelentes programas de TV e filmes”, disse a empresa de streaming em comunicado.
Wellington do Curso deve trocar PSDB por Agir 36 de Lahesio Bonfim
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Deputado deixará PSDB após a confirmação de que o comando da sigla ficará com o marido da senadora Eliziane Gama (Cidadania), Inácio Melo
Preço da gasolina no Brasil ocupa 89º entre 170 países
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Em meio ao reajuste anunciado pela Petrobras na última semana, que aumentou em 19% a gasolina e 25% o diesel, o preço médio do litro da gasolina atingiu R$ 6,683 no Brasil, de acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o que deixa o país próximo ao da média mundial (R$ 6,77 ou US$ 1,32). No levantamento semanal da ANP, a gasolina mais cara do Brasil foi encontrada na Bahia, em Eunápolis (R$ 8,770 o litro), enquanto que a mais barata está no Amapá, em Macapá (R$ 5,190). Já os dados do site globalpetrolprices.com e a cotação de US$ 1 = R$ 5,13 apontam que o Brasil ficou no meio da tabela, em 89º entre 170 países e territórios, cuja gasolina mais cara do mundo está em Hong Kong, cidade semiautônoma da China onde o litro do combustível custa R$ 14,77, enquanto que a Venezuela (R$ 0,13 por litro) tem a mais barata. “Como regra geral, os países mais ricos têm preços mais altos, enquanto os países mais pobres e os países produtores e exportadores de petróleo têm preços significativamente mais baixos […] Uma exceção notável são os EUA, que são um país economicamente avançado, mas com baixos preços”, afirma o globalpetrolprices.com. A gasolina brasileira (R$ 6,69) é mais barata do que no Chile (R$ 6,94), no Uruguai (R$ 9,01), nos outros países dos Brics — Índia (R$ 6,90), China (R$ 6,97) e África do Sul (R$ 7,25) — e em praticamente todos os países da Europa. O país tem o praço mais elevado em comparação com os Estados Unidos (R$ 6,36) e em países vizinhos como Bolívia (2,80), Colômbia (R$ 3,21), Equador (R$ 3,46) e Argentina (R$ 4,98). O globalpetrolprices.com ressalta que “as diferenças de preços entre os países devem-se aos vários impostos e subsídios à gasolina […] Todos os países têm acesso aos mesmos preços do petróleo nos mercados internacionais, mas decidem impor impostos diferentes”. Na Rússia, um dos maiores produtores e exportadores do mundo e responsável pela recente escalada nos preços do petróleo devido a invasão à Ucrânia, o litro da gasolina custa R$ 2,21. Na Ucrânia, R$ 6,20. Veja na tabela abaixo: Posição País Preço US$/litro R$/litro 1 Venezuela 0,025 0,13 2 Líbia 0,03 0,16 3 Irã 0,05 0,26 4 Síria 0,32 1,62 5 Argélia* 0,32 1,65 6 Angola 0,34 1,74 7 Kuwait* 0,35 1,77 8 Cazaquistão 0,39 2,02 9 Nigéria 0,40 2,05 10 Turcomenistão 0,43 2,20 11 Rússia* 0,43 2,21 12 Malásia* 0,49 2,50 13 Iraque 0,51 2,64 14 Bahrein 0,53 2,72 15 Bolívia* 0,55 2,80 16 Catar* 0,58 2,96 17 Azerbaijão 0,59 3,02 18 Egito* 0,60 3,10 19 Arábia Saudita* 0,62 3,19 20 Omã* 0,62 3,19 21 Etiópia 0,62 3,20 22 Colômbia* 0,63 3,21 23 Quirguistão* 0,63 3,25 24 Haiti 0,64 3,26 25 Belarus* 0,66 3,37 26 Equador* 0,67 3,46 27 Tunísia* 0,75 3,86 28 Paquistão* 0,84 4,29 29 Togo* 0,85 4,35 30 Trinidad e Tobago 0,85 4,35 31 Emirados Árabes Unidos* 0,85 4,36 32 Libéria 0,86 4,40 33 Chade 0,87 4,44 34 Uzbequistão 0,88 4,53 35 Iêmen 0,89 4,55 36 Indonésia* 0,90 4,61 37 Afeganistão 0,91 4,65 38 Dominica 0,92 4,71 39 Guiana* 0,93 4,75 40 Suriname* 0,93 4,79 41 Líbano* 0,94 4,82 42 Maldivas 0,95 4,85 43 Sudão 0,95 4,88 44 Argentina* 0,97 4,98 45 Mongólia 1,00 5,10 46 Benim* 1,01 5,16 47 Gabão 1,01 5,18 48 Madagascar* 1,02 5,24 49 Serra Leoa* 1,02 5,25 50 Burkina Faso* 1,03 5,29 51 Bangladesh 1,04 5,31 52 República Democrática do Congo 1,04 5,32 53 Camarões* 1,05 5,40 54 Costa do Marfim* 1,07 5,46 55 Suazilândia 1,08 5,53 56 Moçambique* 1,08 5,55 57 Botsuana 1,09 5,58 58 Tanzânia* 1,10 5,63 59 Porto Rico* 1,10 5,63 60 México* 1,10 5,66 61 Sri Lanka* 1,11 5,70 62 Guiné 1,12 5,74 63 Mali 1,13 5,77 64 Butão 1,13 5,79 65 Santa Lúcia* 1,14 5,83 66 Namíbia* 1,14 5,84 67 El Salvador* 1,14 5,86 68 Geórgia* 1,16 5,94 69 Camboja* 1,16 5,95 70 Taiwan* 1,16 5,95 71 Myanmar* 1,16 5,96 72 Panamá* 1,17 5,99 73 Quênia* 1,18 6,03 74 Nicarágua* 1,20 6,15 75 Zâmbia* 1,20 6,18 76 Gana* 1,21 6,18 77 Ucrânia* 1,21 6,20 78 Granada* 1,22 6,26 79 Honduras* 1,22 6,28 80 Nepal* 1,23 6,29 81 Ruanda* 1,23 6,31 82 Lesoto* 1,23 6,32 83 EUA* 1,24 6,36 84 Cuba 1,26 6,46 85 Paraguai 1,27 6,52 86 Costa Rica* 1,27 6,52 87 Fiji* 1,29 6,61 88 Senegal 1,30 6,66 89 Brasil* 1,31 6,69 90 Filipinas* 1,32 6,77 91 Vietnã* 1,33 6,80 92 Marrocos 1,33 6,84 93 Burundi 1,34 6,87 94 Índia* 1,35 6,90 95 Chile* 1,35 6,94 96 China* 1,36 6,97 97 Guatemala* 1,37 7,04 98 Curaçao 1,38 7,05 99 Ilhas Maurício* 1,38 7,08 100 Peru* 1,39 7,11 101 Uganda 1,39 7,13 102 Bahamas 1,40 7,16 103 Hungria* 1,41 7,21 104 República Dominicana* 1,41 7,24 105 África do Sul* 1,41 7,25 106 Austrália* 1,42 7,29 107 Tailândia* 1,42 7,29 108 Malaui* 1,43 7,32 109 Peru* 1,44 7,37 110 Aruba* 1,45 7,44 111 Japão* 1,45 7,45 112 Ilhas Cayman* 1,45 7,45 113 Malta* 1,47 7,52 114 Moldávia* 1,48 7,59 115 Jamaica* 1,49 7,65 116 Jordânia* 1,53 7,85 117 Macedônia do Norte* 1,54 7,90 118 Ilhas Seychelles 1,54 7,91 119 Bulgária* 1,56 7,99 120 Coreia do Sul* 1,56 8,02 121 Canadá* 1,57 8,04 122 Chipre* 1,57 8,07 123 Cabo Verde* 1,58 8,09 124 Polônia* 1,58 8,12 125 Sérvia* 1,59 8,16 126 Bósnia e Herzergovina* 1,62 8,29 127 Laos* 1,62 8,33 128 Eslovênia* 1,65 8,44 129 Belize* 1,68 8,62 130 Andorra* 1,74 8,93 131 Uruguai* 1,76 9,01 132 Romênia* 1,76 9,05 133 Eslováquia* 1,81 9,27 134 Croácia* 1,82 9,33 135 Wallis e Futuna 1,88 9,63 136 Luxemburgo* 1,89 9,72 137 Montenegro* 1,90 9,77 138 Maiote* 1,90 9,77 139 Lituânia* 1,93 9,88 140 Nova Zelândia* 1,97 10,12 141 Albânia 1,98 10,15 142 República Centro-Africana 2,00 10,28 143 Espanha* 2,01 10,33 144 San Marinho 2,03 10,41 145 República Tcheca* 2,05 10,49 146 Barbados* 2,06 10,59 147 Letônia* 2,07 10,59 148 Estônia* 2,08 10,66 149 Suíça* 2,09
PF desarticula organização criminosa em operação no Maranhão
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A Polícia Federal deflagrou nesta quinta (17) a Operação Tarrafa, com o objetivo de desarticular organização criminosa que perpetrava fraudes milionárias no Seguro Desemprego do Pescador Artesanal – SDPA (também conhecido como Seguro Defeso). Estão sendo cumpridos 180 mandados de busca e apreensão e 35 mandados de prisão preventiva, com a participação de mais de 600 policiais federais. As ações estão ocorrendo em 12 unidades da federação: Pará, Maranhão, São Paulo, Ceará, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Tocantins e Piauí. Foram deferidas medidas de busca e apreensão em face de 36 servidores do INSS. Outros 6 servidores da Secretaria de Aquicultura e Pesca, lotados no Pará, estão sendo afastados por decisão judicial nesta data. As investigações tiveram início em 2020, quando foi constituído Grupo de Trabalho envolvendo a Polícia Federal, Secretaria da Pesca – SAP/MAPA, INSS, Secretaria Especial de Previdência e Trabalho – SEPT/ME, CAIXA e DATAPREV. Os trabalhos efetuados identificaram diversos elementos de fraudes cometidas na inserção dos dados no Registro Geral de Pescador e, posteriormente, no pedido de deferimento do benefício previdenciário. O aprofundamento dos trabalhos investigativos permitiu à Polícia Federal identificar a utilização de, ao menos, 102 Certificados Digitais de Identificação fraudulentos, expedidos em nome de servidores públicos. A organização criminosa, utilizando destes certificados falsos, conseguiu gerar cerca de 436 mil pedidos de SDPA, envolvendo cerca de 400 mil CPFs e com participação de diversas colônias/sindicatos/associações de pescadores. Os benefícios, objeto de investigação na Operação Tarrafa, acarretaram pagamentos de mais de R$ 1,5 bilhão a solicitantes em 1.340 municípios. Os fatos investigados enquadram os membros da organização criminosa nos crimes de estelionato (art. 171 §3º do CP), participação em organização criminosa (art. 2º da Lei 12.850/2013), falsificação de documento público (art. 297 do CP), uso de documento falso (art. 304 do CP), inserção de dados falsos em sistemas de informação (art. 313-A do CP), corrupção passiva (art. 317 do CP) e corrupção ativa (art. 333 do CP). O nome da operação se refere a um equipamento utilizado para a pesca artesanal, em alusão ao tipo de benefício que é objeto da ação da organização criminosa.
Justiça Federal condena o Maranhão por danos em imóveis tombados
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O Ministério Público Federal (MPF) obteve na Justiça Federal sentença contra o Estado do Maranhão por danos em imóveis tombados de sua propriedade, localizados na Rua da Palma, no antigo prédio do Primeiro Distrito Policial, e na Rua da Estrela, no antigo prédio da Oleama, ambos situados no Centro Histórico de São Luís (MA). A sentença obriga a realização de obras urgentes para a recuperação dos edifícios, que se encontram abandonados e em estado de deterioração, conforme atestam os laudos técnicos. Em 2014, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) expediu ofícios e informações técnicas que relataram a precariedade do estado de conservação dos imóveis e a necessidade de imediata realização de serviços, com o intuito de assegurar a sua recuperação. Os prédios estão inseridos em área de tombamento federal. Sendo assim, são integrantes do conjunto arquitetônico e paisagístico da cidade de São Luís, patrimônio cultural da humanidade reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Antes da sentença, a Justiça Federal já havia concedido, a pedido do MPF, decisão liminar obrigando o Estado do Maranhão a recuperar os imóveis e o intimou diversas vezes a comprovar o cumprimento da decisão, mas o réu limitou-se a juntar alguns documentos desatualizados, datados de 2012/2013, sem aprovação final do Iphan. Dessa forma, constatou-se a omissão do Estado do Maranhão, uma vez que era seu dever, como proprietário dos imóveis, conservar e manter os bens tombados, executando as obras necessárias à recuperação e restauração, preservando seu valor artístico, histórico, turístico e paisagístico, bem como pagar quantia indenizatória em caso de danos irreversíveis. Em vista disso, a Justiça Federal determinou que o Estado do Maranhão realize as obras de restauração, recuperação e conservação integral dos imóveis, de acordo com as diretrizes técnicas e após aprovação de projeto pelo Iphan, no prazo de 180 dias, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Foi determinado, ainda, que o Estado faça contínua vigilância dos imóveis e pague indenização, em valor a ser fixado após as obras, pelos danos causados que não forem passíveis de recuperação, a ser revertida ao Fundo Federal de Defesa dos Direitos Difusos.