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BRASÍLIA, 17 de janeiro de 2025 – O vice-presidente do PT e prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, anunciou que vai denunciar a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT), ao conselho de ética do partido. A queixa será formalizada nesta segunda (17), com base em suposta nomeação irregular.
Quaquá afirmou ao portal Metrópoles que encontrou indícios de que um funcionário-fantasma teria sido indicado por Anielle durante a gestão passada da prefeitura.
Segundo ele, o servidor atuava simultaneamente em Maricá e como consultor no Ministério da Igualdade Racial. A ministra nega a acusação e alega ser alvo de “perseguição e violência política”.
SERVIDOR TERIA EXERCIDO CARGO SIMULTÂNEO
O servidor mencionado é Alex da Mata Barros, que esteve vinculado à autarquia municipal Serviços de Obras de Maricá (Somar). Admitido em 1º de junho de 2021, ele permaneceu no cargo de assessor especial até 1º de janeiro de 2025.
Durante esse período, segundo Quaquá, Barros também prestou serviço ao Ministério da Igualdade Racial como consultor do Projeto Gente Negra Reconstrução e Desenvolvimento, a partir de 17 de maio de 2024.
O prefeito afirmou que abriu inquérito para investigar o caso e que vai solicitar uma comissão de ética contra Anielle na reunião do diretório nacional do PT.
Ele ainda mencionou que a ministra também pediu uma comissão de ética contra ele por defender o deputado Chiquinho Brazão, preso preventivamente sob suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, irmã de Anielle.
MINISTÉRIO NEGA IRREGULARIDADES
Em nota enviada ao Metrópoles, o Ministério da Igualdade Racial afirmou que os consultores do projeto foram contratados diretamente pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (Banco CAF) e que não houve irregularidade no processo.
A seleção dos consultores seguiu critérios internacionais estabelecidos pelo banco e foi financiada por recursos de cooperação internacional.
A ministra reforçou que “perseguição e violência política não serão toleradas” e que responderá a qualquer tentativa de desinformação com as “medidas cabíveis”.