SÃO LUÍS, 13 de novembro de 2024 – Na manhã desta quarta (13), o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão deflagrou a Operação Occulta Nexus, em São Luís e Imperatriz.
A ação cumpriu 15 mandados de busca e apreensão emitidos pela Vara Especial Colegiada dos Crimes Organizados, visando investigar um esquema de “rachadinha” envolvendo o vereador de São Luís, Joaquim Umbelino Ribeiro Júnior.
As investigações apontam para uma organização criminosa, supostamente liderada por Umbelino Júnior, que se utilizava do desvio de salários dos servidores de seu gabinete na Câmara Municipal.
O esquema incluía familiares próximos do vereador, como sua esposa, cunhados e sogro, além do apoio de terceiros que contribuíam para práticas de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
MEDIDAS CAUTELARES E RESTRIÇÕES IMPOSTAS
O Ministério Público solicitou a prisão preventiva de Umbelino Júnior e mais três envolvidos, mas o pedido foi indeferido pela Vara Especial Colegiada.
Em substituição, foram impostas medidas cautelares, incluindo o comparecimento mensal em juízo, proibição de acesso à Câmara Municipal, suspensão de contato com outros investigados, e a proibição de deixar a comarca sem autorização judicial.
Além disso, o vereador foi afastado de suas funções públicas para garantir a integridade das investigações.
Para assegurar o ressarcimento ao erário, o bloqueio de R$ 2.182.339,33 foi determinado nas contas bancárias dos investigados, bem como a apreensão de bens. A ação busca proteger a moralidade pública e evitar prejuízos ao andamento das apurações.
APOIO E ANÁLISE DOS MATERIAIS APREENDIDOS
A operação envolveu promotores de justiça do Gaeco de São Luís, Imperatriz e Timon, contando também com a participação das Polícias Civil e Militar do Maranhão e de promotores de diversas comarcas. A Coordenadoria de Assuntos Estratégicos e Inteligência (CAEI-MPMA) também prestou suporte.
Os documentos e equipamentos eletrônicos apreendidos serão analisados pelo Gaeco e pelo Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) para fundamentar as denúncias.
SIGNIFICADO DO NOME “OCCULTA NEXUS”
O nome da operação, “Occulta Nexus”, que significa “ligações ocultas” em latim, refere-se às conexões ilícitas entre o vereador e seus assessores, que, de forma oculta, praticavam o esquema de “rachadinha” para benefício de Umbelino Júnior e familiares.