RÚSSIA, 25 de outubro de 2024 – Na 16ª Cúpula do Brics, realizada em Kazan, na Rússia, os líderes do bloco anunciaram a criação da categoria “Países Parceiros do Brics”.
A iniciativa busca ampliar a cooperação com nações do Sul Global, mas a Venezuela, governada por Nicolás Maduro, ficou de fora da lista de 13 países convidados, apesar do apoio de Rússia e China.
A Declaração de Kazan destacou o crescente interesse do Sul Global em se associar ao bloco, e foram discutidos os 33 pedidos formais de adesão.
Segundo o chanceler brasileiro Mauro Vieira, o Brasil adotou uma posição neutra, sem apoiar nem vetar novos membros, focando-se nos critérios para futuras expansões.
REAÇÃO DA VENEZUELA À DECISÃO DO BRASIL
O governo venezuelano classificou a decisão como “agressão inexplicável” e “imoral”, além de um “gesto hostil” contra o país.
Em comunicado oficial, divulgado na quinta (24) pelo chanceler Yván Gil Pinto no Telegram, a Venezuela criticou a postura do Itamaraty, liderado pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, por manter a exclusão iniciada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
“A decisão do Brasil contraria os princípios do Brics e soma-se à política de sanções contra o povo venezuelano”, afirmou o comunicado.
Em entrevista ao jornal O Globo, Celso Amorim, assessor especial da Presidência, reafirmou a posição do Brasil, mencionando que a confiança na Venezuela “foi quebrada”.
Amorim citou o compromisso pendente de apresentação das atas do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), referentes à eleição de 28 de julho, como prova da reeleição de Nicolás Maduro.