VENEZUELA, 03 de dezembro de 2023 – O Referendo na Venezuela que definiu o posicionamento da população em relação à anexação de Essequibo, um território que representa 70% da Guiana, ocorreu neste domingo (3).
A votação contou com a participação de mais de 10 milhões de venezuelanos, que responderam “sim” às cinco perguntas elaboradas por Nicolás Maduro.
O referendo, proposto pela Assembleia Nacional da Venezuela e aprovado por órgãos controlados por partidários de Maduro, como o Conselho Nacional Eleitoral e o Supremo Tribunal de Justiça, gerou controvérsias devido à baixa adesão popular.
Diante disso, o regime chavista prorrogou o período de votação.
As cinco perguntas abordaram questões como a rejeição da fronteira atual, apoio ao Acordo de Genebra de 1966 e a criação do estado Guiana Essequiba. A consulta não visa a autodeterminação, uma vez que a Guiana administra o território e seus habitantes não participam do processo.
O resultado, que favoreceu a posição de Maduro, não terá implicações concretas imediatas. A Venezuela busca, por meio desse referendo, reforçar sua reivindicação sobre a região disputada, rica em recursos naturais, especialmente após a descoberta de reservas de petróleo em 2015 pela ExxonMobil.
A Venezuela alega que o Rio Esequibo é a fronteira natural, baseando-se em acordos antigos, e apela ao Acordo de Genebra de 1966. A Guiana, por sua vez, busca ratificar os limites definidos em 1899, contestados pela Venezuela.
A intensificação da reivindicação venezuelana está ligada à descoberta de petróleo na região, tornando-a uma das áreas com maiores reservas per capita do mundo.
A disputa, que envolve interesses econômicos significativos, continua a ser um ponto de tensão na geopolítica regional.