
MARANHÃO, 25 de julho de 2025 – A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) processou a historiadora travesti Tertuliana após a repercussão de uma apresentação durante o seminário “Dissidências de Gênero e Sexualidades”, ocorrido em outubro de 2024 no campus da instituição.
Na ocasião, Tertuliana participou de uma mesa promovida pelo Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política (Gaep). Durante sua intervenção, interpretou a música autoral “Educando com o C*” e mostrou os glúteos ao público.
O vídeo da performance foi publicado pela própria artista em suas redes sociais. A publicação viralizou e gerou diversas reações, o que contribuiu para o início da ação movida pela universidade.
Embora, inicialmente, a UFMA tenha classificado o episódio como um “ato isolado”, a instituição agora alega que a performance causou danos à sua imagem pública. Com base nessa justificativa, ingressou com ação judicial contra a historiadora.
Em resposta, Tertuliana criticou a atitude da universidade por meio de postagens nas redes sociais. Ela afirmou ser vítima de perseguição institucional e criticou o que chamou de punitivismo acadêmico.
“Uma universidade querer dinheiro de uma travesti que vive na incerteza do dia de amanhã… só reforça a ideia de educação como punitivismo e controle das mentes”, declarou.
Tertuliana também reiterou o orgulho por sua trajetória e identidade. “Tenho orgulho de ser travesti, intelectual, trabalhadora sexual e cantora de funk e pagodão. Não vão nos matar, jamais!”, publicou.