ESCRAVIDÃO MODERNA

Trabalhadores são resgatados de trabalho escravo no Maranhão

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Escravo escravidão
Auditores encontraram condições análogas ao trabalho escravo em municípios de Magalhães de Almeida e Barreirinhas durante ação entre 13 e 27 de agosto.

MARANHÃO, 27 de agosto de 2025 – Auditores-fiscais do MPT resgataram 80 trabalhadores em condições análogas ao trabalho escravo nos municípios de Magalhães de Almeida e Barreirinhas, no Maranhão, entre 13 e 27 de agosto de 2025.

A operação contou com a participação do Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública da União e Polícia Federal. Os responsáveis pelos trabalhadores foram notificados a regularizar vínculos trabalhistas e quitar verbas rescisórias, totalizando mais de R$ 265 mil em pagamentos.

Em Magalhães de Almeida, 76 trabalhadores da extração de palha de carnaúba viviam em casas de farinha desativadas, imóveis inacabados e quintais improvisados. Eles dormiam em redes amarradas em paredes de tijolos crus ou sob árvores, expostos a intempéries e insetos.

A alimentação consistia em arroz, feijão, farinha, rapadura e pequenos pedaços de carne, preparados em fogareiros de chão e servidos em bacias plásticas. A água era coletada de lagoas barrentas compartilhadas com animais e armazenada em galões de produtos químicos reutilizados.

Em Barreirinhas, quatro pescadores foram resgatados do trabalho escravo antes de embarcarem para jornadas de até 15 dias em mar aberto. O alojamento consistia em um cubículo abafado com seis beliches de madeira estreitos e colchões rasgados, instalado no mesmo espaço do motor da embarcação.

Não havia banheiro, obrigando os trabalhadores a usar baldes improvisados ou o mar para necessidades fisiológicas. Os banhos eram realizados com água salgada, com enxágue precário usando água doce armazenada em tambores reutilizados sem garantia de potabilidade.

A operação foi coordenada por auditores-fiscais vinculados à Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. A coordenadora da ação, Gislene Stacholski, destacou que as condições configuram grave risco à saúde e à vida pela privação de meios mínimos de descanso, higiene e alimentação.

As instituições envolvidas continuam acompanhando o caso para garantir a regularização trabalhista e o pagamento das verbas devidas.

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