
BRASIL, 30 de novembro de 2024 – As viagens internacionais de ministros e servidores do Tribunal de Contas da União (TCU) resultaram em despesas que ultrapassaram R$ 10 milhões até novembro de 2023. O levantamento foi divulgado pelo jornal Gazeta do Povo.
Bruno Dantas, presidente do TCU, gastou R$ 830 mil em deslocamentos internacionais, incluindo viagens ao Cairo e Dubai, que custaram R$ 60 mil e R$ 68 mil, respectivamente. Ele esteve fora do Brasil por 97 dias ao longo do ano.
Walton Alencar liderou os gastos com um total de R$ 845 mil, destacando-se sua viagem a Nairóbi, no Quênia, para um evento da Intosai, que custou R$ 61 mil.
Vital do Rêgo, vice-presidente do tribunal, participou de um programa de capacitação em Miami por mais de dois meses, recebendo ajuda de custo que substituiu diárias regulares, além de R$ 90 mil em diárias adicionais e R$ 30 mil para passagens aéreas.
Os ministros também protagonizaram extensões de estadias além de compromissos oficiais. Dantas ficou quatro dias a mais em Paris, enquanto Antônio Anastasia e Marcos Bemquerer prolongaram viagens a Londres, Varsóvia e Dubai.
VIAGENS DE SERVIDORES E DESTINOS MAIS FREQUENTES
Servidores do TCU também participaram de missões no exterior, com a passagem mais cara registrada sendo para Seul e Pequim, ao custo de R$ 78 mil. Alexandre Figueiredo viajou para Kigali, Ruanda, e Leonardo Sousa participou de um encontro do BRICS, ambos com custos elevados.
Paris e Lisboa foram os destinos mais recorrentes. As missões à capital francesa totalizaram R$ 773 mil, enquanto deslocamentos para Lisboa somaram R$ 695 mil. Viagens para Nova York também alcançaram cifras expressivas, totalizando R$ 351 mil.
Além de cidades como Londres, Roma e Dubai, foram registrados deslocamentos para locais menos comuns, como Raratonga, nas Ilhas Cook, e Pristina, no Kosovo.
JUSTIFICATIVAS DO TRIBUNAL
O TCU argumentou que as viagens refletem o papel do Brasil no Conselho de Auditores da ONU e na presidência da Intosai, responsabilidades assumidas desde novembro de 2022. Segundo o órgão, as despesas cobrem apenas períodos oficiais e deslocamentos próximos às datas dos compromissos.
Além disso, o TCU destacou que representa o Brasil em auditorias de fundos e programas da ONU e em grupos internacionais, como o G-20 e o BRICS, onde são debatidos temas de governança e auditoria pública.