
BRASÍLIA, 9 de julho de 2025 – O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu investigação sobre repasses que somam R$ 19,1 milhões realizados pelo governo federal à ONG Unisol (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do Brasil).
A entidade foi criada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, localizado em São Bernardo do Campo (SP), reduto histórico do Partido dos Trabalhadores (PT).
Desde o início do terceiro mandato do presidente Lula, o governo firmou oito convênios com a ONG. Os contratos foram celebrados por meio dos ministérios do Trabalho, dos Direitos Humanos e do Desenvolvimento Agrário, todos sob controle do PT.
Parte dos recursos repassados à Unisol foi utilizada para financiar eventos e iniciativas vinculadas à agenda ideológica do partido. O caso ganhou destaque após reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo no final de junho, que detalhou os investimentos e a trajetória da ONG.
De acordo com o levantamento feito pelo Estadão, os valores transferidos à Unisol cresceram exponencialmente na atual gestão. Enquanto a média anual dos últimos dez anos girava em torno de R$ 1 milhão, em 2024 o montante chegou a quase R$ 18 milhões.
OPOSIÇÃO LEVA CASO AO TCU
Após a divulgação da reportagem, o deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), vice-líder da oposição na Câmara, formalizou uma representação junto ao TCU. No pedido, ele cobra apuração dos contratos e maior transparência no uso dos recursos públicos.
No documento encaminhado ao tribunal, o parlamentar cita especificamente o repasse de quase R$ 16 milhões para um projeto da ONG voltado à limpeza do território Yanomami, em Roraima.
ONG DIZ DEFENDER COOPERATIVISMO
Procurada pelo Estadão, a Unisol afirmou estar aberta a trabalhar com todos os setores da sociedade que compartilhem os princípios do cooperativismo, do empreendedorismo social e da defesa dos direitos humanos.
A entidade também minimizou sua atuação com pautas associadas à esquerda política.







