DÉFICIT

TCU aponta ‘receitas superestimadas’ e estima rombo de R$ 55 bi

Compartilhe
TCU rombo
De acordo com o Tribunal Contas da União, o governo federal pode ter superestimado as receitas do Orçamento.

BRASÍLIA, 18 de janeiro de 2024 – O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que o governo deve registrar um déficit primário de até 55,3 bilhões de reais neste ano. Segundo o TCU, o governo pode ter superestimado as receitas do Orçamento.

Caso confirmado o resultado apontado pelo tribunal, isso significará um descumprimento da meta fiscal de 2024, que é de déficit zero.

A avaliação consta em relatório sobre o Orçamento de 2024. Na noite de quarta (17), o TCU julgou e aprovou a conformidade da proposta orçamentária desse ano.

Esse é o primeiro ano com a meta fiscal criada pelo novo arcabouço fiscal. No caso de descumprimento, haverá acionamento de gatilhos para 2025 e 2026. É para evitar a contenção das contas em ano de eleições presidenciais que se dá a pressão do governo, em especial da área econômica para cumprir o déficit zero este ano.

“O Projeto de Lei Orçamentária Anual da União para o exercício financeiro de 2024, a estimativa da Receita Primária Federal Líquida em 19,2% do PIB é muito acima do que foi observado nos anos recentes, indicando estar superestimada, o que acarreta a possibilidade de se ter déficit primário de até R$ 55,3 bilhões e de descumprimento da meta de resultado fiscal proposta no Projeto de LDO para 2024”, menciona o relatório, afirmando ainda que a previsão da receita é “otimista” e foge do padrão dos últimos 27 anos.

O tribunal levanta dúvidas sobre a metodologia do governo utilizada para calcular novas receitas. “O governo estima aumentar a arrecadação em 2024 por meio de diversas medidas cujas consequências ainda não são muito claras ou previsíveis, tais como a reoneração da folha de pagamento, a tributação de offshores, o fim da dedução tributária de JCP (juros sobre capital próprio), entre outras”, detalha o TCU.

O Ministério da Fazenda busca aumentar as fontes de arrecadação para conseguir cumprir a meta. A polêmica sobre a reoneração da folha de pagamento se encaixa neste cenário. O Congresso aprovou a prorrogação até 2027, mas segundo o governo, são necessárias as receitas para compensar o gasto, que não estão apontadas. A Fazenda enviou uma MP para uma reoneração gradual dos setores beneficiados pela lei aprovada em dezembro.

A MP, no entanto, enfrenta resistências. O Ministério da Fazenda avalia alternativas, como projetos que aumentem a arrecadação para compensar o gasto.

Compartilhe
0 0 votos
Classificação da notícias
Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

Gostaríamos de usar cookies para melhorar sua experiência.

Visite nossa página de consentimento de cookies para gerenciar suas preferências.

Conheça nossa política de privacidade.

0
Adoraria saber sua opinião, comente.x