Violência no campo também piorou com Flávio Dino
A Regional Nordeste 5 da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) publicou uma nota de repúdio contra à gestão de Flávio Dino (PSB). Seis homicídios de trabalhadores rurais foram registrados no interior do Maranhão, entre junho e outubro. Desde 2015, o governo dirigido por Dino é perigoso para o trabalhador do campo. Sequência de assassinatos preocupa entidades de direitos humanos. “Tal escalada de violência tem razões estruturais. A aposta governamental no aumento do agronegócio tem relação direta com casos de grilagem e morte no campo, e o incentivo a megaprojetos, com o aumento da degradação socioambiental e a expulsão de comunidades a todo o custo de da degradação socioambiental e a expulsão de comunidades a todo o custo de seus lugares de vida”, diz a nota da CNBB As primeiras vítimas assassinadas foram Reginaldo Alves Barros e Maria da Luz Benício de Sousa no povoado Vilela, em Junco do Maranhão, na região da baixada maranhense, em 18 de junho. O quarto homicídio registrado nessa comunidade desde 2019, segundo entidades. “Somam-se negligências nas investigações por parte do estado do Maranhão e instituições competentes, transformando a impunidade em verdadeiras licenças para matar”, afirma ainda a nota. Apenas três dos seis assassinatos têm suspeitos que foram detidos, segundo o advogado Diogo Cabral, assessor jurídico da Fetaema (Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão). Ele afirma ainda que há diversas cobranças ao poder público alertando os conflitos no interior do estado. Diego diz que as comunidades estão sendo invadidas por empreendimentos de soja. “inclusive tivemos despejo por ordem judicial no ano passado, no meio de uma pandemia”, completa. A violência preocupa lideranças. O bispo de Brejo, dom Valdeci Santos Mendes, um dos responsáveis pela carta, alerta que o avanço da cultura da soja ameaça os trabalhadores rurais. Ele ressalta que a nota tem objetivo de chamar a atenção do governo para as mortes que acontecem no campo. “Ali na baixada há uma questão dos campos naturais e há um empenho para que eles não sejam cercados; mas muitos pequenos e médios proprietários insistem em fazer cercas. O estado que deveria tomar conta disso, orientar, muitas vezes não cumpre seu papel. Por isso os conflitos se acirram naquela região”, diz. Valdeci afirma que, mesmo sendo um governo de esquerda, há descaso com os trabalhadores e trabalhadoras rurais. “A gente procura a Secretaria de Meio Ambiente, mas esse diálogo não acontece. E aí saem algumas licenças para empreendimentos em áreas de comunidades quilombolas, de comunidades tradicionais. Há uma omissão em que se comprometem mais”. Pela Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular, o governo do Maranhão diz que atua “nos conflitos fundiários desde 2015, por meio da Comissão Estadual de Enfrentamento e Prevenção à Violência no Campo e na Cidade”. A secretaria não informou sobre as investigações dos crimes. “O acompanhamento dos conflitos socioambientais tem se dado em diferentes redes, com o objetivo de traçar uma atuação emergencial, mas principalmente no fortalecimento da política preventiva de conflitos”. O governo afirma que encaminha as denúncias de crimes e conflitos às autoridades responsáveis, solicitando providências de investigação e processamento criminal. Ainda segundo o governo, “a secretaria ressalta a efetivação do Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, que garante proteção a defensores e defensoras de direitos humanos em situação de ameaça para que estes continuem na sua militância”. Créditos: Com informações de Carlos Madeiro, Colaboração para o UOL, em Maceió.
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