PGR recebe ação de 120 advogados contra CPI da Covid-19

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu um pedido de abertura de investigação criminal contra os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Otto Alencar (PSD-BA) e Renan Calheiros (MDB-AL) por crimes contra a médica oncologista Nise Yamaguchi. A ação encaminhada à PGR, cujo documento assinado por 120 advogados foi protocolado na terça-feira (22), sustenta que a médica oncologista foi humilhada durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. “Estamos falando, além dos crimes contra a honra, que demandam representação pessoal da vítima, em tese, do crime de tortura praticado pelas autoridades com foro de prerrogativa de função, funcionários públicos, que despejam todo o seu ódio e rancor político a uma pessoa desprotegida de tantos ataques, vilipendiada em seus direitos mais comezinos e previstos na Constituição Federal”, diz um trecho da representação. A representação reforça o pedido já feito por Nise Yamaguchi, defensora do tratamento precoce, que pediu indenização de R$ 160 mil dos parlamentares Omar Aziz e Otto Alencar. O documento com a ação dos advogados reforça que a representação apure os supostos delitos envolvendo crimes de ameaça, perseguição, tortura psicológica e moral contra a médica oncologista. “As irregularidades ocorrem em face de uma pessoa idosa, mulher e cientista, que fora absurdamente desrespeitada por três senadores durante sua participação na CPI da Covid, com ampla divulgação pela mídia e grande repercussão negativa na sociedade. Solicitam-se providências”

Nise pede indenização por danos morais contra senadores

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A médica Nise Yamaguchi entrou com uma ação por danos morais em processo contra os senadores Omar Azis (PSD-AM), presidente da Comissão, e Otto Alencar (PSD-BA) por misoginia e humilhação durante sessão na CPI da pandemia no início de junho. Defensora do tratamento precoce em pacientes com o novo coronavírus, a oncologista foi incluída na lista de investigados da CPI e associada a existência de uma suposta “assessoria paralela” que aconselharia o presidente da República, Jair Bolsonaro, a conduzir a gestão da pandemia. A defesa da médica tambpem solicita que a Procuradoria-Geral da República seja informada para analisar se os senadores cometeram crime de abuso de autoridade. O comportamento dos parlamentares com Nise Yamaguchi, com interrupções, falta de respeito, invalidação de respostas corretas, embora resumidas através de definições simples, foi motivo de uma nota de repúdio à CPI da Pandemia, escrita pelo grupo “Médicos pela Vida”. A assessoria de imprensa de Otto Alencar respondeu que o político ainda não foi notificado, enquanto Omar Azis não se posicionou. Neste domingo (20), Nise Yamaguchi publicou uma carta aberta sobre a situação. Confira: “São notórios e de conhecimento nacional o desrespeito e a humilhação por mim sofridos durante o depoimento prestado à CPI da pandemia no Senado Federal no dia 1º de junho de 2021.Médica há mais de quatro décadas, nunca imaginei passar por situação parecida. É triste perceber que, na Casa do Povo Brasileiro, mesmo após décadas de evolução, ainda se perpetuem comportamentos misóginos. Por diversas vezes, tive minhas falas e raciocínios interrompidos. Ignoraram meus argumentos e atribuíram a mim palavras que não pronunciei. Não foi por falta de conhecimento que deixei de reagir, mas, sim, por educação. Não iria alterar a minha essência para atender a nítidos interesses políticos. A partir daquele momento, passei a ser extremamente vilipendiada nas redes sociais com agressões em tons ameaçadores, o que é muito preocupante para um estado democrático. Não faço parte de nenhum partido político. Atuei nos últimos cinco governos como colaboradora eventual, pelo bem da saúde do Brasil e do mundo, sendo que entre 2007 e 2011, participei oficialmente do gabinete do Ministério da Saúde. Meus principais trabalhos foram em ações de controle do tabaco, tratamento personalizado e de precisão do câncer, dentre outros afazeres de compliance e governança. Agradeço o apoio do Conselho Federal de Medicina, do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal e às inúmeras manifestações de apoio de entidades de classe e de apoio à mulher e ao idoso. Atendo os meus queridos pacientes em Brasília e em São Paulo e deles, de suas famílias e dos colegas, tenho recebido um reconfortante apoio. Na qualidade de mulher e de idosa, optei por entrar com uma ação judicial contra os senadores Omar Aziz e Otto Alencar, como uma medida para restaurar minha integridade e a de diversos outros médicos brasileiros, os quais também foram afetados com os discursos proferidos pelos parlamentares naquele dia. Todos os valores ganhos com a causa serão revertidos a hospitais que tratem de crianças com câncer.”

Médicos saem em defesa de Nise e emitem nota de repúdio

NISE CPI

O grupo Médicos pela Vida saiu em defesa da oncologista Nise Yamaguchi e emitiram nota de repúdio à CPI da Covid-19 divulgado na noite nesta terça-feira (1º). A médica participou de sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia como convidada, mas, não apenas foi interrompida várias vezes, como também foi humilhada pelos parlamentares. Muitos senadores da oposição do presidente da República, Jair Bolsonaro, agiram de forma agressiva durante a interação da oncologista convidada. “Nota de repúdio à CPI da Pandemia Médicos Pela Vida repudiam veementemente a postura de vários Senadores no depoimento prestado pela Dra. Nise Yamaguchi à CPI da Pandemia, no Senado Federal. Apesar da dedicação, da disposição em contribuir com a comissão e enriquecer o debate neste período de busca por soluções e o combate à Covid-19, têm demonstrado, no mínimo, total falta de respeito à Dra. Nise Yamaguchi, à sua trajetória de 40 anos dedicados à saúde e à ciência, em defesa da vida. Uma atuação reconhecida mundialmente e que foi desconsiderada pela CPI. A Dra. Nise Yamaguchi tem sido boicotada o tempo todo na sessão, através de interrupções constantes nas suas respostas, sendo impedida, desta maneira, de pontuar objetivamente as perguntas, explicar detalhadamente as ações e os tratamentos contra a Covid-19. Uma ação aparentemente orquestrada por alguns Senadores, sem precedentes. Maneira bem diferente daquela direcionada a determinados depoentes, tratados como “damas”. Aliás, não é a primeira vez que uma “Mulher Médica” é tratada de forma imprópria nesta CPI. Uma conduta seletivamente negativa, mirando não o bem do país, mas um resultado previamente programado. Mais uma vez, Senadores, totalmente despreparados e com objetivos eminentemente partidários e eleitoreiros, perdem uma grande oportunidade de produzir ao Brasil e aos brasileiros, perspectivas efetivas de políticas públicas para a reversão do quadro da Pandemia no País. A atitude de membros da CPI da Pandemia extrapolou todos os limites, desonra o Poder Legislativo e afronta a classe médica, que tem se dedicado exaustivamente para a reversão do quadro caótico que estamos vivendo no Brasil. Profissionais que se arriscam, estão na linha de frente, que se expõem na luta pelo bem-estar da população e não aceitam posturas inaceitáveis de políticos eleitos para representar e defender o povo brasileiro. A Dra. Nise participa da CPI como convidada, mas foi tratada como testemunha. E está sendo atacada, ao invés de aproveitada, desconsiderando-se a sua brilhante carreira, as contribuições ao país e à ciência, independentemente de qual governo estivesse à frente como ela mesmo relatou. Isso mostra o risco da politização da medicina, que precisa manter os debates das questões médicas em ambiente técnico e jamais suprimir um lado, mesmo que esse contrarie interesses políticos.“

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