Flávio Dino decreta fim da oposição ao Grupo Sarney
Após anos de oposição e ataques, para o governador Flávio Dino o embate político com o Grupo Sarney ficou no passado. A declaração foi dada pelo próprio em declaração ao site Brasil 247, na última terça (1) e pegou vários políticos da base aliada e da oposição de surpresa. “A polarização [com o Sarney] foi se diluindo ao logo do tempo. Hoje, ela inexiste”, disse. Nas duas últimas décadas Flávio Dino foi um dos opositores mais enérgicos do grupo comandado pelo ex-presidente José Sarney. Os ataques começaram ainda nos anos 2000, se reproduziram na década seguinte e, ao que tudo indica, não são mais de interesse do governador. O momento da tentativa de trégua, no entanto, é pertinente: as vésperas das eleições para o Senado. Mesmo ocupando o cargo de governador, sem adversários definidos e com o apoio dos três primeiros colocados nas pesquisas para o governo (que juntos somam mais de 50% das intenções), Flávio Dino não consegue a maioria absoluta dos votos (50% + 1). Analistas e políticos acreditam que, receoso do que pode acontecer se tiver que enfrentar uma candidatura forte, o governador esteja trabalhando para reduzir ao máximo a possibilidade de adversários. Além de acenar ao Grupo Sarney, Dino também já aceita que Brandão, seu candidato ao governo, aceite que o ex-presidente Lula frequente outros palanques. A decisão prejudica Brandão, mas beneficia o próprio Dino. Flávio Dino fez questão de deixar transparecer na entrevista que sua bandeira branca se dá por conta da candidatura de Carlos Brandão e eximindo a si mesmo, pelo menos publicamente, de uma aliança. “O vice-governador Brandão terá apoio, provavelmente, de uma parte do grupo Sarney (…) Eu próprio não tenho participado desse tipo de negociação”. O fato é que o medo da derrota na corrida pelo Senado impõe a Flávio Dino a crença na ignorância e covardia da classe política. Todos os grupos sob o guarda-chuva da candidatura dele e a inexistência de adversários não beneficia nenhum grupo, apenas o próprio Flávio Dino.
A encruzilhada política do grupo sarney nas eleições de 2020
Grupo Sarney fora das eleições em São Luís
Com a saída do deputado estadual Adriano Sarney (PV) da disputa pela Prefeitura de São Luís o Grupo Sarney está oficialmente fora das eleições. Pelo menos diretamente. Além da saída de Adriano Sarney, a falta de movimentação das principais lideranças e a dispersão do apoio comprovam que o Grupo Sarney irá manter a tradição e ficar fora, pelo menos diretamente, mais uma vez, das eleições municipais em São Luís. Em entrevista na manhã desta segunda (28), Adriano confirmou que não irá apoiar ninguém e nem buscar alianças. O deputado anunciou sua desistência no fim de semana em carta endereçada aos candidatos a vereador da chapa. Decidimos então retirar nossa candidatura a prefeito de São Luís. Vamos seguir com nossos candidatos a vereadores de forma independente. A carta elencou as dificuldades da candidatura enfrentadas pelo candidato, a começar pelo curto tempo de televisão. Devido ao nosso limitado tempo de TV – 6 segundos-, estávamos confiando na presença nos debates para expormos nossas ideias e mostrarmos para as pessoas nosso diferencial. (…) Apesar disso, Adriano acreditava que poderia “virar o jogo” nos debates eleitorais. Situação que se tornou impossível após a negativa de sua participação. No entanto, não foi possível garantir nossa presença nos três debates com maiores audiências. (…) ABSTENÇÃO Adriano Sarney afirmou que não deve buscar alianças no primeiro turno. Antes mesmo da desistência de Adriano, outras lideranças do Grupo Sarney, como a ex-governadora Roseana Sarney, o ex-senador João Alberto e o empresário Edinho Lobão, já não demonstravam entusiasmo com a participação nas eleições. Com a saída do deputado do pleito, o Grupo, ao que tudo indica, irá abster-se do processo.
Chiquinho Escórcio denuncia racha no MDB maranhense
Ex-parlamentar denunciou o que, segundo ele, são desmandos do ex-governador João Alberto na liderança do partido.