Dois municípios do MA estão entre os mais ricos do agro
MARANHÃO, 21 de outubro de 2024 – A produção agrícola brasileira alcançou R$ 814,5 bilhões em 2023, com 31,9% desse valor concentrado nos 100 municípios mais ricos do agronegócio, incluindo as cidades maranhenses de Balsas e Tasso Fragoso. Esses municípios contribuíram com R$ 260 bilhões, conforme dados do Ministério da Agricultura e Pecuária. O estado de Mato Grosso lidera com 36 municípios entre os mais produtivos do país. Sorriso (MT) ocupa a primeira posição, com uma produção de R$ 8,3 bilhões, seguido por São Desidério (BA), com R$ 7,8 bilhões. Outras cidades de Mato Grosso, como Sapezal (R$ 7,5 bilhões), Campo Novo do Parecis (R$ 7,1 bilhões) e Diamantino (R$ 5,9 bilhões), também figuram na lista dos mais ricos.
Lucro de produtores rurais apresenta queda no governo Lula
BRASIL, 07 de dezembro de 2023 – A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) divulgou dados na quarta (6) revelando uma queda na margem de lucro dos produtores rurais brasileiros no primeiro ano do novo mandato do presidente Lula. Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA, durante a apresentação dos dados, resumiu a situação: “Um resumo da produção agropecuária de 2023 é a velha máxima: ‘Safra cheia e bolso vazio’”. A retração nas margens de lucro bruto foi especialmente acentuada para os produtores de soja e milho, os grãos mais cultivados no país e considerados carros-chefes do agronegócio brasileiro. Segundo a confederação, as margens de lucro desses produtores diminuíram em 68% e 128%, respectivamente, devido ao aumento nos preços dos insumos combinado com a queda nas cotações dos grãos. A queda nos preços da soja teve início em dezembro de 2022, intensificando-se com a entrada da nova safra no Brasil e atingindo o ponto mínimo em meados de junho, com a saca cotada a R$ 128. Após uma leve recuperação entre julho e agosto, a oleaginosa continuou a ter cotações decrescentes, refletindo o esfriamento da demanda global. Entre janeiro e outubro, as cotações retraíram cerca de 20% em comparação com o ano anterior. Quanto à pecuária, as margens de lucro foram pressionadas principalmente pela queda nas receitas, sendo a pecuária leiteira a mais impactada, com um declínio de 26% no faturamento. Os produtores de ovos também enfrentaram dificuldades, registrando uma queda de 19%. Em seguida, os criadores de suínos (-4,9%) e de aves de corte (-3,8%) completam a lista dos setores afetados.
‘PIB do Agro’ alcança R$1,15 trilhão em 2023
BRASIL, 18 de novembro de 2023 – O “PIB do agro,” representado pelo Valor Bruto de Produção (VBP), atingiu a marca impressionante de R$1,15 trilhão de janeiro a outubro de 2023, de acordo com dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo IBGE. Esse valor indica um crescimento de 2,2% em comparação ao mesmo período de 2022, quando atingiu R$1,12 trilhão. O setor de lavouras teve um papel fundamental nesse índice, apresentando um aumento de 4,2%, totalizando R$811,7 bilhões, enquanto a pecuária registrou um faturamento de R$339,9 bilhões, com uma leve queda de 2,1% em relação ao ano anterior. Dentro do setor das lavouras, cinco produtos se destacam, representando 81,9% do VBP: soja, milho, cana de açúcar, café e algodão. O crescimento percentual de participação no VBP das lavouras mostra que produtos como mandioca, tomate e uva apresentaram aumentos expressivos. No entanto, alguns alimentos enfrentaram desafios em 2023, com algodão, batata-inglesa, café e trigo registrando os piores desempenhos, principalmente devido a retrações significativas nos preços. Quanto à pecuária, suínos, leite e ovos apresentaram resultados positivos, enquanto carne bovina e de frango não obtiveram bom desempenho. Os cinco Estados com os melhores resultados são Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás, representando 59,8% do VBP total. Entretanto, as perspectivas para 2024 não são tão otimistas. A Conab e o IBGE projetam uma redução de 5,3% no VBP em comparação com 2023, principalmente devido a uma safra menor em produtos como algodão, café, feijão, milho, soja e trigo. Incertezas climáticas, como excesso de chuvas e períodos secos, adicionam desafios à previsão para o próximo ano.
Brandão diminui taxa sobre transporte de grãos após protestos
Maranhão, 22 de maio de 2023 – O governador Carlos Brandão (PSB) enviou à Assembleia Legislativa do Maranhão uma Medida Provisória visando reduzir o valor da Taxa de Fiscalização de Transporte de Grãos (TFTG). Essa taxa, que foi incluída na nova lei do ICMS do Maranhão e está em vigor desde abril, incide sobre o transporte de grãos como soja, milho, milheto e sorgo, correspondendo a 1,5% do valor da tonelada do produto transportado. Com a MP, o percentual da TFTG será reduzido para 1%, e essa mudança já está em vigor por ter força de lei. A decisão do governador foi motivada pelos protestos dos produtores de grãos do sul do estado. Na última semana, durante a abertura da Agrobalsas, o evento não contou com a presença de representantes do setor, como forma de reação à criação desse novo imposto. Segundo o governo, a arrecadação desses valores contribuirá para o financiamento do Fundo Estadual para Rodovias do Estado do Maranhão (FEPRO).
Deputado diz que Lula é agressivo e dificulta relação com o agro
Brasília, 22 de maio de 2023 – O deputado Pedro Lupion (PP-PR) expressou sua preocupação com a postura “agressiva” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação ao agronegócio, afirmando que isso dificulta o relacionamento com o setor. Lupion, líder da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), ressaltou que as pontes construídas pelo vice-presidente e ministro da Indústria Geraldo Alckmin (PSB) e pelo ministro Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) estão sendo prejudicadas. “Infelizmente, estamos vendo novamente o Lula político de antigamente, que tem sido agressivo com o setor”, declarou em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta segunda (22). “Lula já chamou os ruralistas de fascistas e maus-caracteres. Isso nos afasta, tornando difícil estabelecer um bom relacionamento.” De acordo com Lupion, se Lula “erguer um muro” em relação à bancada devido à atuação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), será uma “prova de que o governo apoia esse movimento e essas invasões ilegais”. O deputado destacou que o objetivo da CPI é investigar a origem do financiamento para as invasões de terras e o apoio recebido pelo MST. “Parece que há pessoas do governo envolvidas, e o MST tem influência direta sobre o Executivo, inclusive na nomeação de cargos”, afirmou. “O MST nem mesmo possui CNPJ, não teria recursos para isso por conta própria. Seu objetivo nunca foi a reforma agrária. É uma luta política.” Questionado sobre a nomeação do deputado Ricardo Salles (PL-SP) como relator da CPI, Lupion respondeu que o congressista é “competente” e “tem todo o direito” de pleitear o cargo. Salles, ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL), está sendo investigado por crimes ambientais e possui histórico de conflitos com o MST. “Qualquer pessoa escolhida [para a relatoria da CPI] enfrentaria questionamentos semelhantes. Salles possui conhecimento técnico”, afirmou Lupion.
Lula pretende se reaproximar de setores muito resistentes ao PT
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou na última sexta (24) o decreto Nº 11.454 que cria o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o chamado “Conselhão”. Dessa forma, o Lula pretende se reaproximar de setores muito resistentes ao PT, como o agronegócio e o mercado financeiro. A primeira reunião desta cúpula, inclusive, já foi marcada para o dia 13 de abril pelo Palácio do Planalto. De acordo com Gerson Camarotti, comentarista da GloboNews, são aproximadamente 200 conselheiros, cuja ideia é ter uma boa representatividade tanto de empresários do agronegócio como de lideranças do setor financeiro, que na última eleição apoiaram majoritariamente o ex-presidente Jair Bolsonaro. O Conselhão será presidido pelo líder petista, e terá como membros o Geraldo Alckmin, que é vice-presidente da República, Alexandre Padilha, atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, e cidadãos brasileiros de “ilibada conduta” e “reconhecida liderança”. O Governo Federal também busca ter cerca de 40% de mulheres na composição. Uma delas, segundo informações do Metrópoles, será a presidente do Palmeiras, Leila Pereira. Na primeira versão do CDESS, há duas décadas, o cenário era diferente e a representatividade era maior da indústria tradicional.
A economia desmente os pessimistas – Revista Oeste
“Aeconomia brasileira vai na contramão do mundo.”“Inflação surpreende e mercado cogita Selic ainda mais alta.”“Taxa de investimento do Brasil deve ser menor que a de 82% dos países em 2022.” Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou uma realidade diferente da veiculada pela velha mídia. A economia do Brasil cresceu 1% no primeiro trimestre, na comparação com os três meses anteriores. Diante do mesmo trimestre de 2021, o avanço foi de aproximadamente 2%. Em valores correntes, o PIB chegou a quase US$ 1,8 trilhão (cerca de R$ 9 trilhões, na cotação atual). O crescimento do PIB foi puxado pelo setor de serviços, que voltou a se aquecer com o fim do isolamento social. Os desempenhos relativamente negativos vieram da agropecuária, que recuou quase 1%, em virtude da estiagem em várias regiões do país nos últimos meses, da queda em investimentos e importações. André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton, explica que a queda nos investimentos se deu em virtude do aumento da inflação. “Ela está muito alta para os produtores”, disse. “O empresário não consegue repassar custos. Dessa forma, vê o próprio lucro cair e não tem por que investir.” Segundo Perfeito, à medida que a inflação for caindo, os investimentos sobem. O resultado alvissareiro do PIB levou o Brasil de volta ao top 10 das maiores economias do mundo da agência classificadora Austin Rating. O crescimento do PIB ficou acima da média de países como Estados Unidos, França e Japão, que tiveram retração. “O resultado no primeiro trimestre descarta qualquer possibilidade de o PIB ter uma retração neste ano”, constatou o economista Luís Artur Nogueira. Segundo Nogueira, os dados obrigaram muitos analistas a reverem para cima suas estimativas. “Neste ano, teremos um crescimento um pouco baixo da economia, mas muito melhor do que alguns previam”, observou. “Teve até banco falando em uma recessão econômica.” Nogueira disse que o governo federal tem de continuar no combate da inflação, “que corrói o poder de compra das pessoas”, para o país crescer mais rápido. A alta da inflação não é uma jabuticaba brasileira. Outros países estão sofrendo com a alta dos preços O Ministério da Economia e o Banco Central já haviam dado sinais de que o PIB do Brasil cresceria no período. O governo estima ainda que a economia vai aumentar pouco mais de 1,5% neste ano. O Executivo ressalva que o crescimento deve ocorrer em ritmo mais lento, em virtude da invasão russa à Ucrânia e da volta dos lockdowns na China, o principal parceiro comercial do Brasil. Apesar das notícias reconfortantes, os analistas do “consórcio de imprensa” garantem que as coisas “vão piorar”. A seguir, os números da economia brasileira que ganharam pouco ou nenhum destaque na mídia tradicional. Desemprego Segundo o IBGE, a queda no desemprego no Brasil foi maior que nos países do G20. O índice caiu de quase 15% para 10,5% no trimestre encerrado em abril de 2022. O desemprego está no menor nível desde 2016 — ou seja, retornou ao patamar do governo Dilma. Em comparação com o trimestre fevereiro, março e abril, foi a menor taxa desde 2015. Em números absolutos, o Brasil tem cerca de 11 milhões de desempregados. A boa notícia mais recente veio nesta semana: 200 mil empregos formais foram criados em abril. A quantidade veio acima da expectativa do mercado. É uma alta na comparação tanto com março (88 mil) quanto com abril de 2021 (quase 90 mil), segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Dívida pública A dívida que inclui a Previdência Social, os Estados e os municípios está em níveis anteriores aos da pandemia. Conforme o Banco Central (BC), as contas do setor público tiveram superávit de aproximadamente R$ 40 bilhões. O superávit primário ocorre quando as receitas com impostos superam as despesas. O BC informou que o resultado é o melhor para os meses de abril desde 2001 — até então, o maior saldo positivo havia ocorrido em 2021 (R$ 25 bilhões). O saldo positivo foi atingido em um mês de arrecadação também recorde para abril. No mês passado, o valor somou cerca de R$ 200 bilhões — favorecido pela expansão do nível de atividade econômica e pela inflação. Há poucos dias, o Ministério da Economia divulgou um estudo ressaltando o papel das reformas, como a da Previdência e o teto de gastos, na melhora das contas públicas do Brasil, além da digitalização de serviços — fator que gerou uma economia de R$ 3 bilhões. Agronegócio Um dos setores mais importantes da economia brasileira e responsável por alimentar cerca de 800 milhões de pessoas no mundo, o agronegócio cresceu quase 8,5% em 2021. Representou cerca de 30% do PIB, a maior participação desde 2004. Em linhas gerais, o agronegócio produziu quase R$ 2,4 trilhões. No ano passado, a balança comercial do agro também fechou positiva, com saldo de R$ 105 bilhões — cerca de 20% maior que em 2020, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Um saldo positivo deve voltar em 2022. De acordo com o Ipea, de janeiro a abril deste ano, o agronegócio exportou quase US$ 15 bilhões, contribuindo para um superávit de quase US$ 14 bilhões no saldo da balança comercial do setor. Isso representou um crescimento de 15% em comparação com o mesmo mês de 2021. Já as importações totalizaram US$ 1,3 bilhão no mês, com alta de 12%, na comparação interanual. A balança comercial teve saldo positivo de pouco mais de US$ 8 bilhões em abril. Investimentos Direto no País Os Investimentos Direto no País (IDP) avançaram 23% em 2021, totalizando quase US$ 50 bilhões em investimentos estrangeiros. Além do retorno de investimentos brasileiros no exterior, o IDP é formado por recursos da participação no capital e por empréstimos diretos concedidos a filiais de empresas multinacionais no país. Em 2020, os investimentos estrangeiros no país somaram cerca de US$ 40 bilhões. Os dados mais recentes do BC mostram que, em fevereiro deste ano, o IDP já teve o melhor resultado para fevereiro dos últimos 27 anos. A entrada
Brasil fica entre países que mais reduzem emissão de gases
O Brasil está entre os países que mais reduzem a emissão de gases de efeito estufa durante os processos de produção agropecuária, desde o plantio até a colheita. É o que concluiu um estudo divulgado na quinta (09/06) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base na projeção da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O relatório analisou a posição do Brasil em diferentes indicadores de sustentabilidade frente a sete grandes agroexportadores: Argentina, Canadá, China, França, Alemanha, Índia e Estados Unidos. O levantamento do Ipea mostra que, atualmente, com o mesmo volume de emissão gerada há dez anos, o agronegócio brasileiro produz 2,1% mais insumos. Na prática, o estudo aponta que, com a tecnologia atual, “produzir 1kg de alimento no Brasil gera menos emissões do que no passado”. Em relação à capacidade produtiva da agricultura por unidade de emissão de gases de efeito estufa, o Brasil fica atrás apenas da Argentina, no indicador entre 1990 e 2020. Nesse período, o Brasil reduziu a necessidade de emissão desses gases em 2,1%, enquanto essa redução chegou a 3,1% no país vizinho. Alemanha e Índia são nações que também figuram nas primeiras posições, segundo o Ipea. O chamado efeito poupa-florestas foi outro indicador utilizado para comparar a capacidade dos países de reduzir o impacto ambiental na produção agropecuária. O índice aponta a extensão de terra que o país consegue poupar, por meio de mudanças tecnológicas e técnicas, mantendo ou aumentando a produção de alimentos. De acordo com os dados do Ipea, nesse quesito, o Brasil lidera o ranking dos países comparados. Em 2020, o índice do território nacional brasileiro foi de 43,2%. Logo em seguida vem a Índia, com 34,5%. No entanto, na avaliação do Ipea o desempenho indiano esteve associado exclusivamente à produção agrícola, enquanto o brasileiro se explica por ganhos de produtividade na agricultura e pecuária. Veja o ranking dos países de acordo com o índice poupa-florestas: Brasil (43,2%) Índia (34,5%) Argentina (13,8%) Estados Unidos (8,9%) Canadá (2,5%) França (2,5%) China (1,6%) Alemanha (1,4%)