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Augusto Aras pede arquivamento de inquérito contra Rodrigo Maia

Rodrigo Maia

O procuradoria-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo Tribunal Federal que arquive inquérito contra o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Há quase 20 anos como deputado federal, Maia é alvo de três inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre recebimento de propinas das empreiteiras OAS e Odebrecht. Os casos foram abertos com base em depoimentos na Lava Jato. Augusto Aras que o arquivamento de um dos inquéritos referente a propinas da Odebretch. FICHA CORRIDA Os inquéritos contra Maia investigam corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por supostos recebimentos de propinas pagas pela Odebrecht e OAS em troca de benefícios. Maia teria utilizado seu mandato para incentivar a aprovação de Medidas Provisórias (MPs) que favorecem as empresas. Segundo a Polícia Federal, com base em mensagens obtidas no celular de Léo Pinheiro, dono da empreiteira, Rodrigo Maia defendeu interesses da OAS no Parlamento em 2013 e em 2014 em troca de propinas. Em um dos exemplos dado pela PF, a ajuda consistia em propor emenda para a MP 652 que fixava regras para a aviação regional, dispositivo de texto elaborado por encomenda para beneficiar a construtora. Maia teria recebido R$ 1 milhão em doações eleitorais, em 2014, dinheiro repassado oficialmente à campanha de César Maia ao senado – ex-prefeito do Rio de Janeiro e pai de Rodrigo Maia. O repasse foi uma tentativa de camuflar a origem da propina. Portanto, há “fortes indícios” de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, conclui o inquérito. Como Maia tem foro privilegiado, caberá ao Ministério Público Federal decidir sobre abertura de denúncia contra o parlamentar do DEM. O filho, Presidente da Câmara, nega tudo. Outras duas investigações são frutos de delações na Lava jato que indicam pagamentos a Maia em 2008 e 2010 como doações eleitorais. Em 2008, Rodrigo e Cesar Maia pediram a Odebrecht R$ 350 mil ilicitamente, porque eles não eram candidatos naquele ano. Segundo o ex-comandante do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht (o chamado “departamento da propina”), Benedicto Junior, o dinheiro foi usado para ajudar aliados. Em 2010 um novo pedido, desta vez foram repassados R$ 600 mil para a campanha de seu pai, Cesar Maia, ao senado. A investigação encontrou registros de R$ 400 mil no sistema do “departamento de propinas” da Odebrecht. Nestas mesmas planilhas, Maia é apontado como “Botafogo”, talvez por referência ao time que torce ou pela sala que alugava no bairro de Botafogo a empreiteira. Existe ainda outra delação de Claúdio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, de que Rodrigo Maia recebeu R$ 100 mil, em 2013, para incentivar a MP 613. E assim desonerar a compra de matérias primas por indústrias químicas, o que beneficiou a Braskem MP 613, petroquímica da Odebrecht. Esta ainda não foi enviada ao STF.