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Suicídios entre povos indígenas crescem 56% no governo Lula

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Estudo do Conselho Indigenista Missionário aponta amento de casos de suicídios e a mortalidade infantil dos povos indígenas no Brasil.

BRASIL, 26 de julho de 2024 – Os assassinatos de indígenas, bem como os suicídios e a mortalidade infantil em suas comunidades, aumentaram no Brasil entre 2022 e 2023, de acordo com um estudo publicado na segunda (22).

No seu relatório anual, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Igreja Católica, relata uma deterioração geral da situação desses povos.

No total, 208 indígenas foram assassinados no Brasil em 2023, o que representa 15,5% a mais que em 2022, segundo o Cimi. Os autores, que atribuem alguns deles a grupos ligados ao agronegócio, indicam que a maior parte desses assassinatos foi cometida com armas de fogo, muitas vezes após ameaças.

O estudo também critica a “insuficiente fiscalização” das invasões de territórios habitados por indígenas em 2023, primeiro ano do terceiro mandato do presidente Lula (PT).

A organização também lamenta o lento progresso na demarcação de terras pertencentes a povos indígenas, “bloqueadas” sob o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), descrito como “abertamente anti-indígena”.

Em setembro de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento histórico, confirmou o direito dos povos originários às suas terras, mas, desde a volta de Lula ao poder, um número “insuficiente” de reservas foi criado, segundo os povos indígenas que se mobilizaram em abril para exigir o respeito pelos seus direitos às terras.

CRISE HUMANITÁRIA DECLARADA EM 2023

Além disso, o relatório aponta que ocorreram 180 suicídios nestas comunidades em 2023, em comparação com 115 em 2022. Houve aumento de 56,52% nos casos.

A falta de assistência médica também levou à morte de 111 indígenas, no total, no ano passado, afirma ainda o estudo. O número é quase o triplo de 2022, que registrou 40 óbitos com esta causa.

A Cimi indica, também, que 1.040 crianças menores de quatro anos morreram em 2023 de gripe, pneumonia, diarreia ou infecções intestinais e desnutrição, particularmente nos estados de Roraima e Amazonas, na fronteira com a Venezuela. O número é 24,5% superior ao de 2022, quando foi de 835 mortes.

Em janeiro de 2023, as autoridades declararam um estado de “crise humanitária” nesta região, de onde começaram então a expulsar milhares de mineiros ilegais, cuja atividade polui os rios com mercúrio e, portanto, ameaça a sobrevivência das comunidades indígenas.

Por fim, os autores do estudo consideram também que a falta de saneamento e de água potável foi “agravada pela crise climática, que provocou inundações em diversas regiões do país e uma grave seca na região da Amazônia”.

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