BRASÍLIA, 21 de setembro de 2023 – O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prorrogação do Inquérito (INQ) 4874 por mais 90 dias, que investiga as atividades das chamadas “milícias digitais antidemocráticas”. Esta é a oitava prorrogação das investigações, considerando a necessidade de dar continuidade às diligências em curso.
O inquérito foi iniciado com base em indícios e provas da existência de uma organização criminosa atuante na esfera digital, com diversos núcleos de atuação, incluindo político, de produção de conteúdo, de publicação e de financiamento. O objetivo da organização seria ameaçar a democracia e o Estado Democrático de Direito.
A partir deste inquérito, outras três investigações foram desdobradas: uma relacionada à venda de presentes oficiais no exterior, como joias e relógios oferecidos pela Arábia Saudita; outra sobre a falsificação de registros de vacinação contra a Covid-19; e uma terceira envolvendo mensagens com teor golpista.
A delação premiada recentemente homologada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Bolsonaro, também está ligada ao inquérito das milícias digitais. A expectativa é que Cid forneça informações relevantes para as três frentes de investigação, especialmente sobre a suposta trama antidemocrática. No celular de Cid, a Polícia Federal encontrou mensagens contendo instruções detalhadas para um golpe de Estado, incluindo uma minuta de declaração de estado de sítio no país.
O tenente-coronel do Exército, que estava preso por quatro meses, prestou pelo menos três depoimentos à PF no último mês, colaborando com as investigações. Parte das diligências em curso que justificou a prorrogação do prazo do inquérito está relacionada às informações fornecidas por Cid. Seu acordo de delação foi fechado com a PF e homologado por Moraes em 9 de setembro, resultando em sua libertação.