
BRASÍLIA, 09 de maio de 2025 – A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta sexta (9), condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão por envolvimento em invasões a sistemas do Poder Judiciário.
A parlamentar também perde o mandato, fica inelegível e deve pagar multa. O hacker Walter Delgatti Neto, autor material dos crimes, recebeu pena de 8 anos e 3 meses.
Alexandre de Moraes, relator do caso, afirmou que Zambelli agiu como “instigadora” e “mandante” das ações, que incluíram a inserção de documentos falsos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O ministro classificou os atos como uma “afronta direta à dignidade da Justiça”. Cristiano Zanin e Flávio Dino concordaram com o entendimento, destacando a comprovação da materialidade e autoria dos crimes.
Os réus terão que pagar R$ 2 milhões por danos morais e coletivos. A denúncia, apresentada em maio de 2023 pela PGR, apontou 13 invasões a seis sistemas judiciais, com a inserção de 16 documentos falsos.
Entre eles, estava um suposto mandado de prisão contra Moraes, então presidente do TSE. Delgatti afirmou à PF ter recebido R$ 13 mil de Zambelli para fraudar urnas e inserir o documento, mas ela nega, alegando pagamento por serviços em seu site.
Em nota, a deputada Zambelli afirmou ser vítima de “perseguição política” e criticou a falta de provas.