
BRASÍLIA, 07 de julho de 2025 – O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou a fase de instrução processual no caso que investiga o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA), o deputado Pastor Gil (PL-MA) e o ex-deputado Bosco Costa (PL-SE).
Eles são acusados de corrupção passiva e participação em organização criminosa por supostamente exigir 25% de propina em troca da liberação de R$ 6 milhões em emendas para São José de Ribamar (MA), em 2020.
Essa é a primeira ação no STF que pode levar à condenação de parlamentares por cobrança indevida na destinação de emendas. A denúncia aponta que os valores retornavam aos parlamentares como “rachadinha” e envolviam familiares e aliados políticos para ocultar movimentações financeiras.
O Ministério Público Federal afirma que Maranhãozinho liderava o esquema.
O relator do caso, ministro Cristiano Zanin, abriu o prazo para a fase de instrução, que antecede o julgamento. Nessa etapa, serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório dos réus. A definição da data do julgamento ocorrerá após a conclusão dessas oitivas.
A investigação começou após uma notícia-crime apresentada pelo então prefeito de São José de Ribamar, José Eudes. Ele afirmou ter sido ameaçado por se recusar a pagar propina para garantir o envio da verba ao município. As ameaças teriam partido do próprio deputado Josimar Maranhãozinho.
Entre as provas reunidas estão mensagens de celular, planilhas, extratos bancários e documentos com indícios da partilha de valores. Também foram identificadas empresas de fachada e contas em nome de terceiros usadas para lavar o dinheiro supostamente desviado.
A oitiva das testemunhas começa no dia 14 de agosto. A primeira pessoa a depor será o ex-prefeito Eudes.
Zanin chegou a tentar realizar os depoimentos ainda em junho, mas o cronograma da Primeira Turma do STF estava sobrecarregado com outros julgamentos e audiências, como o caso da suposta trama golpista atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro.







