
Em um ambiente político terrificado pelas ações tirânicas e desagregadoras do governador Flávio Dino nos últimos anos, o senador Weverton Rocha ganha a cada dia mais destaque por uma fase conciliadora. A recente liberação do deputado Yglesio Moyses do PDT para procurar uma nova legenda mostra que o senador opta por uma forma de fazer política muito diferente do seu aliado comunista.
Assim como o deputado estadual Duarte Jr (PCdoB), Yglesio Moyses faz parte de uma nova geração da política que pretende ascender politicamente no mais curto espaço de tempo possível. Eleitos pela primeira vez em 2018, os dois já articulavam suas pré-candidaturas à Prefeitura de São Luís. Ambos tiveram suas pretensões denegadas por PCdoB e PDT.
Contudo, enquanto Duarte Jr faz a opção pelo jogo sujo nos bastidores para tentar minar a campanha de Rubens Pereira Jr (escolha do governador Flávio Dino no PCdoB), Yglésio deu uma guinada em sua história e resolveu ter a hombridade de pedir ao PDT que fosse liberado da legenda.
Pois bem, no início de setembro o próprio Weverton Rocha afirmou que o partido iria entrar na justiça para reaver o mandato de Yglesio. Isso acontece porque a Justiça Eleitoral entende que parlamentares são eleitos pela soma dos votos de todos os candidatos da coligação. Em 2018 o número de votos necessário para que as coligações elegessem um deputado estadual era de cerca de 70 mil votos. Apenas a deputada Detinha (PR) alcançou este número. Yglesio obteve cerca 39 mil votos.
Ontem o senador e líder pedetista voltou atrás, abriu mão do direito partidário sobre o mandato de Yglesio e liberou o deputado. Mesmo avisado por aliados de que a candidatura do futuro ex-pdt pode atrapalhar de alguma forma a sigla nas eleições do ano que vem, Weverton manteve a decisão e liberou Yglesio.
A atitude de Weverton revela um modo de fazer política voltado para a conciliação e na disputa justa. Poderia ter atrapalhado, mas decidiu liberar. A atitude, muito provavelmente, também abriga a certeza de que ter medo do deputado já é ser derrotado nessa história. A estrutura e poderio do PDT na capital maranhense, só por uma tragédia de proporções apocalípticas, podem ser sobrepujados por um político que acaba de ser eleito em currais eleitorais do interior.
Muito diferente do jeito atropelador de Flávio Dino, Weverton consolida a cada dia a imagem de líder diplomático.
“E o passado de Weverton, Linhares?”. É mais sujo do que pau de galinheiro. Isso não prejudica uma análise do presente com base em fatos constatáveis e concretos.