
MARANHÃO, 06 de novembro de 2025 – A Polícia Civil do Piauí deflagrou nesta quarta (5) a Operação Carbono Oculto 86, que resultou na interdição de cinco postos de combustíveis em três cidades do Maranhão.
A ação ocorreu simultaneamente nos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins e investiga um esquema de lavagem de dinheiro estimado em R$ 5 bilhões, supostamente vinculado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Durante a operação, foram interditados no Maranhão os postos HD 25 e HD 36, localizados no povoado Livramento, em Peritoró; o posto HD 28 e o posto Diamante 28, ambos no povoado Buriti Corrente, em Caxias; e o posto Diamante 23, situado em São Raimundo das Mangabeiras.
Além dos postos, duas empresas maranhenses estão sob investigação: o Consórcio Rota Energia, em Timon, que atua na intermediação de serviços e negócios; e a Joi Locações, em São Luís, especializada na locação de automóveis.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, o grupo criminoso utilizava empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar dinheiro, fraudar o mercado de combustíveis e ocultar patrimônio.
A investigação apontou ligação direta entre empresários locais e operadores financeiros de São Paulo, incluindo antigos proprietários de redes de postos e intermediários usados como “laranjas” em holdings e participações societárias.
A operação cumpriu mandados de busca e apreensão em residências e apartamentos de luxo em Teresina e Araraquara (SP). No total, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 348 milhões em bens de dez pessoas e sessenta empresas.
Entre os itens apreendidos estão um automóvel Porsche avaliado em R$ 550 mil e uma aeronave modelo Cessna Aircraft 210M, pertencente ao empresário Haran Santhiago Girão Sampaio. Outros três aviões não foram localizados e deverão ser comunicados à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para inclusão de gravame.
PESSOAS E EMPRESAS INVESTIGADAS
Entre os investigados estão Rogério Garcia Peres, gestor da Altinvest Gestão de Recursos, apontado como operador financeiro do PCC; Denis Alexandre Jotesso Villani, empresário paulista vinculado à Rede Diamante e envolvido em quarenta empresas; e os empresários Haran Santhiago Girão Sampaio e Danillo Coelho de Sousa, antigos proprietários da Rede HD.
Também são citados Moisés Eduardo Soares Pereira e Salatiel Soido de Araújo, identificados como intermediários locais.
FUNDAÇÕES E HOLDINGS LIGADAS AO ESQUEMA
A investigação revelou a existência de empresas e fundos de investimento que integravam a estrutura de lavagem, como a Pima Energia Participações Ltda., associada ao Jersey Fundo de Investimentos e à Altinvest; a Mind Energy Participações Ltda., utilizada para transferências internas; e a Rede Diamante, também registrada como DNPX Diamante Nice Participações Ltda., que assumiu 12 postos no Piauí e Maranhão sob o controle de Denis Villani.
Outros fundos, como GGX Global Participações, Duvale Distribuidora e Copape Produtos de Petróleo, também são citados no inquérito.







