O governo federal acumulou déficit primário de R$ 105,2 bilhões nos nove primeiros meses do ano. O rombo é maior que o apurado no mesmo período de 2023, quando o déficit acumulado foi de R$ 94,3 bilhões, em termos nominais.
Os números foram divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quinta (7) e não incluem o pagamento dos juros da dívida pública. O resultado primário negativo indica que o governo precisou fazer novas dívidas para bancar despesas cotidianas.
“Esse resultado foi composto por um superávit de R$ 160,6 bilhões do Tesouro Nacional e do Banco Central e por um déficit de R$ 265,8 bilhões na Previdência Social”, informou o Tesouro.
Na soma dos valores de janeiro a setembro, a receita líquida (já descontadas transferências a estados e municípios) aumentou 6,4% em termos reais, o que corresponde a uma alta de R$ 94,2 bilhões sobre igual período do ano passado. A despesa cresceu mais: 6,5%, ou R$ 101,4 bilhões.
O governo conta com uma redução do déficit primário nos últimos meses do ano. Segundo a mais recente projeção oficial, divulgada em 20 de setembro, a expectativa é encerrar o ano com déficit primário de R$ 28,3 bilhões, apenas R$ 500 milhões acima do limite inferior da meta fiscal, que autoriza déficit de no máximo 0,25% do PIB neste ano – o equivalente a R$ 28,8 bilhões, segundo a equipe econômica.
Isoladamente, o resultado de setembro também foi negativo. No mês, o governo registrou déficit primário de R$ 5,3 bilhões, acima da mediana das expectativas colhidas pela pesquisa Prisma Fiscal, que indicavam déficit de R$ 2 bilhões. O resultado também é pior que o de setembro de 2023, quando o Tesouro obteve superávit primário de R$ 11,6 bilhões, em termos nominais.