
BRASIL, 30 de dezembro de 2025 – O déficit do governo alcançou R$ 20,2 bilhões em novembro, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional. O resultado envolve Tesouro, Previdência Social e Banco Central e contrasta com o superávit de R$ 36,5 bilhões registrado em outubro.
O saldo negativo foi superior ao observado em novembro de 2024, quando o rombo foi de R$ 4,5 bilhões. O resultado representa o maior déficit para o mês desde 2023, quando as contas fecharam negativas em R$ 41,7 bilhões, em valores corrigidos.
As despesas do governo central cresceram 4% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2024, já descontada a inflação. No mesmo período, as receitas totais registraram queda real de 2,6%, conforme informou o Tesouro.
No acumulado de janeiro a novembro de 2025, o déficit do governo soma R$ 83,8 bilhões. No mesmo intervalo de 2024, o resultado negativo era de R$ 67 bilhões, sem correção pelo IPCA, segundo dados oficiais.
As despesas acumuladas no ano apresentam alta real de 3,4%, enquanto as receitas totais avançam 3,3% acima da inflação. Os números refletem a evolução das contas públicas ao longo do exercício.
JUSTIFICATIVAS DO TESOURO
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o resultado de novembro foi influenciado pela redução das receitas não administradas. Entre os fatores citados estão o menor pagamento de dividendos e a queda na arrecadação com concessões.
Segundo Ceron, em novembro de 2024 houve ingresso relevante de recursos com a concessão da Companhia Paranaense de Energia, a Copel. Esse efeito não se repetiu em 2025, o que impactou o déficit do governo no período.
META FISCAL E BENEFÍCIOS
No acumulado de 12 meses até novembro, o déficit primário do governo central totaliza R$ 57,4 bilhões, o equivalente a 0,47% do Produto Interno Bruto. As despesas obrigatórias somam 17,24% do PIB, e as discricionárias, 1,58%.
Ceron informou que o resultado de 2025, para fins de cumprimento da meta fiscal, deve ficar em torno de R$ 20 bilhões em déficit primário. O valor está dentro do intervalo de tolerância previsto pelo arcabouço fiscal.
O secretário destacou que, para o cálculo da meta, não entram despesas com créditos extraordinários e parte dos gastos com precatórios. Em dezembro, o resultado tende a ser superavitário, com ingresso de dividendos e receitas de leilões.
Sobre as despesas, Ceron voltou a comentar a alta do Benefício de Prestação Continuada. Segundo ele, o gasto com o programa cresce abaixo de 10%, embora mantenha ritmo elevado de expansão nos últimos anos.







