
O presidente da República, Jair Bolsonaro, acatou pedido de exoneração do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, nesta quarta-feira (23). A informação foi divulgada em edição extra do Diário Oficial da União.
A decisão ocorre em meio a pressões impostas por diversos atores internacionais, diante do aumento das ocorrências de desmatamentos durante a gestão do, então ex-ministro, e de acusações de leniência com condutas ilegais. A suposta tentativa de prejudicar investigações sobre apreensão de madeira ilegal ocasionou que Ricardo Salles fosse alvo de inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) solicitado pela Procuradoria Geral da República (PGR).
No mês anterior, a Polícia Federal indicou, durante o período que Salles esteve à frente da pasta, operações financeiras duvidosas envolvendo o escritório da advocacia que tem em sociedade com a mãe. No fim da tarde desta quarta-feira, Salles fez breve manifestação e comentou sobre as ações adotadas pelo ministério durante sua gestão.
“Experimentei ao longo destes dois anos e meio muitas contestações, tentativas de dar a essas medidas caráter de desrespeito à legislação, o que não é verdade […] Para que isso (a investigação) seja feita de forma mais serena possível, apresentei minha exoneração”, afirmou Ricardo Salles.
Antes do pronunciamento do então ex-ministro, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirma que alertou a presidência sobre um “esquema de corrupção pesado” no Ministério da Saúde envolvendo a aquisição da vacina indiana Covaxin. A troca no Ministério do Meio Ambiente acontece no momento que o governo federal vê crescer a pressão provocada pela CPI da Pandemia.
Ricardo Salles comandava o Ministério do Meio Ambiente há dois anos e meio, cuja pasta passará a ser ocupada por Joaquim Álvaro Pereira Leite, que atuava como secretário da Amazônia e Serviços Ambientais.