RIO DE JANEIRO, 17 de maio de 2024 – Preso desde 24 de março, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco (Psol), o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) continua a receber salário e a manter imóvel funcional e 25 servidores em seu gabinete.
Na próxima semana, ele receberá aproximadamente R$ 16,5 mil em salário da Câmara, mesmo não tendo comparecido a um dia sequer de trabalho, por estar na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).
Esse valor corresponde a uma estimativa do salário com os descontos feitos por suas faltas e pode variar, uma vez que a folha de pagamento ainda não foi fechada.
Cada deputado ganha por mês R$ 44.008,52 em salário bruto. Em abril, com os descontos pelas faltas em 26 e 27 de março, datas em que já estava preso, o deputado recebeu R$ 37.896,23. Ele embolsou R$ 24.099,58 líquidos. As faltas nos dois dias custaram R$ 6.112,29 a Brazão.
Conforme a assessoria da Câmara dos Deputados, a presença em sessões como efeito administrativo corresponde a 62,5% do subsídio, ou seja, R$ 27.505,32.
Esse percentual da remuneração dos parlamentares depende da presença deles nas sessões plenárias, sendo a ausência sem justificativa descontada ao final do mês. No cálculo, divide-se o valor pelo número de sessões realizadas no período.
No mês passado, a Câmara gastou R$ 165,5 mil com a verba de gabinete do deputado. Os salários dos 25 assessores varia de R$ 1.833,40 a R$ 11.845,44. Desse valor, R$ 125.460,84 foram para bancar os salários e R$ 40.089,24 para outros gastos administrativos.
Ele não fez uso da cota parlamentar para bancar despesas como passagens aéreas, combustíveis, aluguel de escritório, entre outros gastos atrelados ao exercício do mandato.
Chiquinho Brazão não recebe auxílio-moradia, mas usufrui de imóvel funcional da Câmara, apartamento espaço de quatro quartos no Plano Piloto. Pelas regras da Câmara, ele só perderá o direito ao uso do imóvel se ficar afastado por 120 dias do mandato ou se for cassado.