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IVO REZENDE

Prefeitos não precisam de FPM, podem pagar as contas com amor

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Ivo Rezende
Menos de um ano após fazer o L, presidente da associação de prefeitos do Maranhão vê Lula surrupiar recursos de municípios e convoca greve.

O presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Ivo Rezende, afirmou que as cidades maranhenses devem “entrar em greve” no próximo dia 30 de agosto. A razão? Uma redução inesperada e injustificada recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) pelo Governo Federal. Poucas vezes na política uma manifestação de insatisfação carregou em si tanta ironia e bazófia.

Ivo Rezende é o representante de uma categoria que hoje reclama, justificadamente, por um corte de recursos inesperado e ilegal pelo Governo Lula. O atraso ameaça a paralisação de serviços e a completa falência das gestões municipais.

Onde está a graça de uma situação que, à primeira vista, deveria despertar comoção? Bem, poucas semanas atrás a impressão que se tinha era de que a situação financeira não era problema para os prefeitos do interior do Maranhão. O clima era de festa. De péssimo gosto, mas era de festa.

Na comemoração dos 200 anos de Caxias semanas atrás, um entusiasmado Fábio Gentil (Republicanos) requebrava (ou pelo menos tentava) de forma bizarra ao lado do cantor Léo Santana. Caxias dançava de felicidade, não por falta de recursos. Não muito tempo antes, Manu Bahtidão protagonizava um show de horrores, ostentação e deboche em Estreito, cidade governada pelo prefeito Léo Cunha.

O clima eterno de micareta reinava no interior do Maranhão e acontecia quase todo fim de semana em dezenas de cidades estado à dentro. Tudo devidamente pago com dinheiro público.

Os gastos com shows inúteis chegaram a ser alvo do Ministério Público. Afinal de contas, são, no mínimo, tal qual a dancinha de Fábio Gentil: estranhamente estranhos em uma embalagem de bizarrice. Entretanto, as aparências enganam. O que parece ser um ataque epiléptico, pode ser uma dança. E uma situação de penúria pode, na verdade, ser um momento de bonança e prosperidade. Nem só de Léo Santana, Manu Bahtidão e prefeito requebrando “tumbalacatumba” se faz gestão municipal no Maranhão.

A “lisura” em poucos dias após a garfada de Lula no FPM contrasta com uma enxurrada de recursos públicos ao longo dos últimos anos. Foram centenas de milhões empurrados nos cofres dos prefeitos do interior do Maranhão por meio das, oficiais e legais, emendas do relator. Batizadas irresponsavelmente de “Orçamento Secreto” na gestão de Bolsonaro e que agora devem virar “Emendas do Amor” com Lula.

Como assim estão em crise estes prefeitos?

Direto ao ponto: a reclamação dos prefeitos é pertinente. O governo federal aplicou-lhes um golpe. Contudo, a situação foi meio que um desejo dos próprios. Uma rememoração simples da história do próprio PT é suficiente para perceber que o entusiasmo de Ivo Rezende e de outros prefeitos em 2022, conclamando os maranhenses a “fazerem o L”, era meio que encenação do papel de mulher de bandido. Daquelas que gostam de apanhar. Que gostam de apanhar com força, aliás.

Poucos sentiram a mão pesada do PT ao longo dos últimos 43 anos como prefeitos. Além da tragédia que culminou com uma crise municipalista sem precedentes em 2013, também foram cruéis com gestores municipais os governos petistas. As gestões estaduais quebraram o rico estado do Rio Grande do Sul e penalizou os prefeitos do Estado. Em Minas Gerais, a gestão do petista Fernando Pimentel resultou no confisco de centenas de milhões de reais que eram de direito de prefeituras. Segundo Romeu Zema, que conseguiu salvar Minas do caos nas contas públicas, alguns prefeitos do estado chegaram a cometer suicídio após serem empurrados para o fundo do poço fiscal por Fernando Pimentel.

Ou seja: ser prefeito e esperar afagos e carinhos do PT não é algo lá muito aconselhável.

Antes de propor uma greve, Ivo Rezende poderia ter criado mecanismos de instrução que mostrassem aos prefeitos do interior do Maranhão que gastar dinheiro com Léo Santana e Manu Bahtidão não era uma boa. Bem como requebrar feito uma caveira gripada em público.

Além disso, também poderia ter ficado na sua e não pedido pela vitória daquele que iria surrupiar o FPM dos prefeitos que representa.

O furto no FPM é um acinte como qualquer roubo promovido por qualquer um em qualquer lugar. Mas, sejamos sinceros, ao criar uma expectativa de greve de prefeito do interior ao som de Manu Bahtidão, com Ivo Rezende chorando em um canto e Fábio Gentil requebrando no meio do salão, a coisa ficou, digamos assim, pitoresca.

Vai, lacraia!

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Respostas de 2

  1. Estou só de camarote vendo aqueles que fizeram o L reclamando,mas não se preocupem prefeitos do nordeste o amor venceu.kkkk

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