
BRASÍLIA, 05 de dezembro de 2025 – A oficialização da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro à Presidência, anunciada nesta sexta-feira (5), gerou reação imediata no União Brasil, que contestou a falta de diálogo do PL e destacou que a decisão ocorreu sem consulta prévia aos partidos do Centrão envolvidos nas articulações eleitorais.
O líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas Fernandes, afirmou que a ausência de conversas com as principais siglas abre espaço para que o bloco priorize suas próprias estratégias. Dessa forma, o deputado avaliou que a pré-candidatura não cria compromisso formal de apoio para a disputa presidencial de 2026.
O presidente do União, Antonio Rueda, também sinalizou que o partido não deve aderir ao movimento. Ele reforçou, em publicação nas redes, que a sigla pretende evitar a polarização e concentrar esforços em pautas estaduais que dialoguem com interesses regionais.
O União Brasil possui 59 deputados federais e integra, com o PP, que possui outros 50, a federação União Progressista, formando o maior bloco da Câmara. No entanto, Pedro Lucas declarou que, mantido o atual cenário, a federação deve liberar seus filiados para apoiar o candidato que se alinhar às articulações locais de cada estado.
A decisão do PL movimentou também o ambiente econômico, já que gestores apontaram o anúncio da pré-candidatura como um dos fatores associados à alta do dólar e à queda do Ibovespa no início da tarde. As informações foram divulgadas após a repercussão da iniciativa do partido.
Enquanto isso, lideranças bolsonaristas cobraram posicionamento do Centrão. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, questionou publicamente se o bloco pretende apoiar Jair Bolsonaro e seu grupo político, pedindo definição diante do novo movimento realizado pelo partido aliado.
Nos bastidores, União Brasil e PP vinham demonstrando preferência por uma chapa considerada mais competitiva, articulada em torno do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com Michelle Bolsonaro indicada como vice. O cenário mostrava estratégias distintas das apresentadas pela atual pré-candidatura formalizada pelo PL.
Jair Bolsonaro, porém, defendia que o representante de seu grupo mantivesse o sobrenome da família na disputa.







