
MINAIS GERAIS, 6 de outubro de 2025 – A Polícia Federal (PF) identificou um indício de corrupção na Agência Nacional de Mineração (ANM) durante a Operação Rejeito, em Minas Gerais. Os agentes descobriram uma planilha intitulada “Aquisição ANM Completo” que previa pagamentos de R$ 7,2 milhões em propina para um projeto na Serra do Curral.
A investigação apura um suposto esquema para influenciar decisões administrativas no órgão federal. O documento foi localizado em uma captura de tela da nuvem de um dos investigados.
Conforme a PF, a planilha detalhava valores ligados ao empreendimento “Rancho do Boi”, situado próximo a áreas de proteção ambiental. A corporação defende que a movimentação financeira seja investigada separadamente por representar um indício relevante de corrupção.
Além disso, a polícia apontou uma série de irregularidades no processo. Entre elas, está a aprovação duplicada de um relatório de pesquisa, o que permitiria a empresas atuarem sem a documentação legal necessária.
A análise sobre o tombamento de uma área de 66,6 hectares, que impacta o Parque Estadual da Serra do Rola Moça, foi considerada falha.
A PF destacou que a ANM não instaurou o procedimento administrativo para tratar da sobreposição com áreas protegidas. Da mesma forma, o órgão não envolveu os gestores das unidades de conservação nas decisões, segundo os investigadores.
O diretor da ANM, Caio Mário Trivellato Seabra Filho, teria agido de forma deliberada para favorecer interesses privados, de acordo com a investigação.
O empresário Alan Cavalcante do Nascimento, dono de empresas e de uma jazida na Serra do Curral, é apontado como líder do grupo criminoso.







