MARANHÃO, 03 de outubro de 2024 – A provável falha em um dos motores da aeronave que transportava o presidente Lula (PT) do México para o Brasil, na terça (1º), pode ser usada como pretexto pelo Palácio do Planalto para a compra possivelmente desnecessária, segundo levantamento de oposicionistas, de um novo avião presidencial.
A comitiva do petista pousou em Brasília nesta quarta (2), depois de 17 horas de viagem.
Logo após decolar do México na terça (1º), o avião presidencial teve uma pane, cuja natureza ainda não foi revelada pelo governo, e teve que voar por quase cinco horas na região do aeroporto para perder combustível e poder fazer um pouso não programado.
Os problemas durante o voo teriam o feito o presidente Lula voltar a falar sobre a possibilidade da compra do novo avião presidencial, segundo apuração do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Segundo o veículo, o petista teria ficado irritado com o incidente e também com a falta de conectividade na aeronave. “Qualquer avião mequetrefe fala [ao telefone], não tenho um satélite nessa po***. A gente não pode passar por isso”, teria dito o presidente, ainda de acordo com o jornal.
A hipótese de troca do avião que transporta Lula já vinha sendo ventilada pelo governo há pelo menos um ano.
Ainda em 2023, o petista havia encomendado que a Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pelo transporte do presidente, fizesse um estudo para a viabilizar a compra ou a adaptação de uma outra aeronave.
No ano passado, informações trazidas pela imprensa deram conta que a primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, desempenhou um papel significativo nas discussões sobre a aquisição de um novo avião presidencial, demonstrando sua participação ativa em decisões logísticas e de infraestrutura do governo.
A nova aeronave, estimada em R$ 400 milhões, substituiria o Airbus A319-ACJ. Atendendo a exigências do casal presidencial, a Força Aérea Brasileira encontrou um Airbus A330-200 registrado em nome de uma empresa com sede na Suíça para substituir o chamado “Aerolula”, comprado em 2004, por US$ 56,7 milhões.
Um grupo de deputados da oposição chegou a apresentar uma ação na Justiça para barrar a compra do novo “Aerolula”, alegando que isso representaria um “gravíssimo dano ao erário público, desvio de finalidade e afronta ao princípio da moralidade”.
A repercussão negativa da notícia fez Lula desistir da compra.
Mas, com o incidente no México, o tema da troca do avião presidencial voltou à tona no governo.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, antecipou o fim das férias e, na volta ao Brasil, discutirá a questão com Lula e com o comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno.