SÃO PAULO, 21 de fevereiro de 2024 – A Polícia Federal (PF) está conduzindo uma investigação sobre um alegado esquema de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC), supostamente operado por meio de produtoras de funk situadas em São Paulo.
Relatórios de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) foram enviados à PF, destacando movimentações financeiras suspeitas nas contas das produtoras GR6 Eventos e Love Funk, ambas com uma considerável presença nas redes sociais.
Segundo informações obtidas pelo portal Metrópoles, o inquérito em questão faz parte de um grupo especial dentro da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado da PF em São Paulo, dedicado à investigação de facções criminosas.
A Love Funk, também conhecida como Formato Funk Agenciamento Artístico Ltda, teria recebido a quantia expressiva de R$ 18,1 milhões em sua conta ao longo de seis meses em 2021, apesar de declarar um faturamento médio mensal de R$ 100 mil naquele ano.
Por sua vez, a GR6 Eventos foi alvo de 120 comunicações de operações suspeitas e movimentou R$ 9,6 milhões em dinheiro vivo entre 2017 e 2021, sendo que metade desse montante circulou durante a pandemia, período marcado pelo cancelamento de eventos públicos.
Os investigadores ficaram especialmente intrigados com um pagamento de R$ 150 mil feito pela empresa FWM Produções e Eventos à GR6.
Wagner Ferreira da Silva, conhecido como Cabelo Duro, ex-sócio da FWM e um dos líderes do PCC em Santos, foi assassinado em 2018 durante uma guerra interna da facção.
Além disso, um repasse de R$ 2,4 mil à GR6, feito por uma enteada de Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, também conhecido como Marcolinha e irmão de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, maior líder do PCC, foi identificado pelo Coaf, acrescentando complexidade à investigação.