MARANHÃO, 19 de dezembro de 2024 – Pacientes diabéticos no Maranhão denunciam a escassez de insulina na rede estadual de saúde, comprometendo o tratamento de quem depende do medicamento. A falta da substância já dura quatro meses, segundo relatos.
Rosiclea Montelo, advogada diagnosticada com diabetes tipo 1 desde a infância, afirma que não consegue obter a insulina na Policlínica Pam Diamante, em São Luís, local destinado à distribuição pelo governo federal. Segundo ela, a falta de insulinas de ação rápida tem agravado o cenário.
Rosiclea revelou que apenas um dos quatro tipos de insulina rápida foi reabastecido, mas nem todos os pacientes conseguem utilizá-lo. “Alguns diabéticos não conseguem substituir pelas disponíveis”, explicou.
Outra paciente de Caxias, relatou dificuldade semelhante. A ausência de respostas ao buscar atendimento também foi alvo de reclamações, dificultando ainda mais o acesso ao medicamento.
EFEITOS DA FALTA DE INSULINA
A endocrinologista Roberta Dualibe alertou sobre os perigos da falta de insulina, essencial para metabolizar carboidratos no organismo. “Sem insulina, o paciente apresenta perda de peso, sede excessiva e aumento na frequência urinária, podendo sofrer complicações graves”, destacou.
Enquanto a distribuição não é regularizada, pacientes têm recorrido a doações feitas por outros diabéticos. Contudo, Rosiclea questiona a sustentabilidade dessa solução: “As pessoas que doam também precisam”.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que a distribuição de insulinas de ação rápida e prolongada está normalizada para pacientes cadastrados.
A insulina de curta duração e outros medicamentos devem ser entregues até o fim do mês.