Uma análise franca e objetiva da ideologia progressista mostra que, enquanto movimento político e ideológico, o progressismo não se aproxima de absolutamente nada que possa ser chamado de progresso, por razões tão contundentes quanto óbvias. Na verdade, chega a ser irônico que o progressismo tenha esse nome. Não é sem razão ou motivo que muitos usuários de redes sociais passaram a chamar os progressistas de regressistas.
De fato, o progressismo está tão distante do autêntico progresso quanto está da racionalidade, do bom senso, da ética, da biologia e da verdadeira medicina. Na verdade, sua plataforma político-ideológica está na contramão de tudo aquilo que é edificante, coeso, construtivo e moralmente salutar. Consequentemente, é impossível que o progressismo produza qualquer coisa diferente daquilo que tem produzido até o presente momento — tirania, totalitarismo ideológico, coletivos histéricos e agressivos, parasitismo institucionalizado e expansão dos poderes de repressão do estado.
Existem muitos motivos pelos quais o progressismo não produz progresso. Progressistas certamente vão alegar que a culpa da falta de resultados é, na realidade, de conservadores e reacionários, que não permitem a eles agirem de forma mais plena na sociedade. Realmente, muitos conservadores e reacionários agem como barreiras de restrição contra as bestialidades e os excessos progressistas. Se assim não fosse, a indústria farmacêutica estaria aplicando vacinas obrigatórias em todas as pessoas semanalmente, nenhum bebê seria identificado pelo seu gênero biológico, pronomes neutros seriam obrigatórios em todas as escolas e a indústria médica estaria entupindo crianças com hormônios de forma ininterrupta tão logo elas aprendessem a andar, sem a necessidade de consentimento dos pais e com a total aprovação do governo.
A ideologia progressista certamente produz muitas coisas. O progresso da sociedade, no entanto, não está entre elas. O que o progressismo mais produz, irremediavelmente, são coisas nefastas, como contendas, divisão social, uma militância histérica e encolerizada, extrema irracionalidade, a precedência das emoções sobre a razão e ignorância generalizada.
O progressismo não produz progresso, primariamente, por três razões principais:
Trata-se de uma ideologia baseada na divisão sempre crescente da sociedade em grupos distintos, conflitantes e incompatíveis.
Não há nenhum desejo real de resolver tais conflitos, apenas de instigá-los.
Plataforma econômica nula, que nega os benefícios do livre mercado, em defesa da intervenção e do monopólio estatal sobre tudo.
Indubitavelmente, o progressismo deriva sua força do seu ímpeto de dividir a sociedade em um número sempre crescente de classes e grupos distintos. Todos esses grupos tem como inimigo comum o homem branco “cisgênero heteronormativo” (como os progressistas chamam o homem comum); mas está se tornando cada vez mais corriqueiro que grupos que estão debaixo do guarda-chuva progressista, por alguma razão, acabem brigando entre si. Para citar um exemplo, os conflitos entre feministas e mulheres trans (que são homens biológicos) estão aumentando substancialmente. No mês de fevereiro deste ano, na Escócia, Nicola Murray — uma mulher que supervisiona e administra um abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica — entrou na mira da polícia, simplesmente por se posicionar, pacificamente, contra a invasão cada vez maior de mulheres trans em espaços antes destinados exclusivamente a mulheres biológicas. Ela foi acusada de ser intolerante e de difundir discurso de ódio.
Os conflitos entre feministas e mulheres trans também tem aumentado de forma relevante pelo fato destas últimas estarem tomando o lugar de mulheres biológicas nos esportes. Como mulheres trans — justamente por serem homens — são mais fortes, tem mais disposição e mais vigor físico, elas conseguem vencer as mulheres biológicas com certa facilidade. Consequentemente, o progressismo, ideologia que afirma defender as mulheres, ironicamente possibilitou que os homens conquistassem os primeiros lugares em competições esportivas nas mais diversas modalidades femininas. As feministas, por sua vez, estão contentes em fingir que o conflito entre mulheres trans e mulheres biológicas não existe. Mas o feminismo não existe para supostamente proteger as mulheres contra os abusos dos homens? Bom, aparentemente não, em casos como esse. Seja como for, é bastante óbvio que a ideologia progressista está literalmente transtornando a ordem natural e virando o mundo de cabeça para baixo.
Progressistas também são, em larga medida, altamente vitimistas. Sendo assim, não desejam solucionar conflitos, de fato; mas em todas as ocasiões possíveis passaram a usar o vitimismo como uma ferramenta, um recurso social que lhes possibilita conquistar privilégios e benefícios governamentais (algo no qual as feministas tornaram-se campeãs universais). Consequentemente, isso deflagrou uma nefasta e deplorável “olimpíada dos oprimidos”.
Progressistas competem entre si para ver quem é mais oprimido — e, portanto, quem tem mais direitos à privilégios e benefícios governamentais. Por exemplo, uma mulher negra lésbica é mais oprimida do que uma mulher branca heterossexual. As duas podem reivindicar e usufruir de todos os benefícios que o feminismo lhes oferece. Mas na olimpíada do oprimido, a mulher negra lésbica tem um “lugar de fala” superior à da mulher branca heterossexual, segundo a hierarquia de “vítimas da opressão”.
Como sua força está justamente em dividir a sociedade em classes, castas e grupos cada vez maiores, mais antagônicos e incompatíveis — além de difundir o conceito de que o estado é a instituição que vai resolver todos os problemas e atender a todos esses grupos, com direitos cada vez mais amplos e abrangentes —, não existe uma razão sólida, tampouco um motivo coeso, assim como não haverá métodos eficientes, para solucionar tais conflitos, e promover harmonia em meio a tantas incompatibilidades (como a que ocorre entre mulheres trans e mulheres biológicas).
Como isso fornece prerrogativas cada vez mais consistentes para uma expansão contínua do estado, com intervenções cada vez maiores para apaziguar os conflitos emergentes — boa parte deles gerados e estimulados artificialmente —, isso deflagra uma sequência de eventos oportunos que justificam conceitos ideológicos e “soluções” paternalistas para os problemas apresentados; o que, por sua vez, fornece aparentes demandas para uma expansão política cada vez maior da ideologia progressista, que vai engolindo a sociedade em uma espiral cada vez mais insana de loucura, irracionalidade, divergências insolúveis e conflitos permanentes.
Dessa forma, o estado consegue parecer cada vez mais necessário. Agentes governamentais prometem novas políticas públicas como a solução para a resolução dos problemas. Consequentemente, o governo adquire mais uma vez o papel de agente mediador de conflitos. Ele se posiciona como um agente “fundamental” para restaurar o equilíbrio de poder e regulamentar as interações entre os diferentes grupos, alegando que isso irá protegê-los. Como a ideologia progressista não vê problema algum na expansão desenfreada do estado — na verdade, clama por uma escala de intervenção cada vez mais intrusiva do governo na sociedade, justamente por acreditar que os indivíduos são intrinsecamente maus, e que o governo é necessário como um mediador de conflitos —, o aumento crescente de grupos variados e a atuação regulatória do estado paternalista se tornam desfechos tão desejados quanto inevitáveis para os objetivos políticos da seita progressista.
Dessa maneira, temos um cenário onde o estado nunca para de se expandir e de interferir na sociedade, e um grupo cada vez maior de grupos e coletivos se multiplica, suplicando por intervenção do estado, e solicitando proteção, privilégios e inúmeros benefícios. Assim, o governo se torna cada vez mais interventor porque a sociedade não para de se dividir. E a sociedade não para de se dividir, justamente porque os departamentos e ministérios governamentais que abraçaram a ideologia progressista ficam prometendo benefícios e emancipação para algum eleitorado específico, adepto da ideologia.
Dessa forma, permanece sendo extremamente vantajoso dividir continuamente a sociedade em inúmeros coletivos distintos. Não devemos nos surpreender se, muito em breve, a seita progressista inventar novos coletivos para defender, com uma identidade muito bem definida para cada um deles. Até há pouco tempo atrás, não imaginávamos que teríamos pessoas na sociedade que se identificariam como “agênero” ou “não-binário”. O que virá em seguida? Militância pelos direitos dos calvos e ativismo em prol dos anões? Calvofobia e nanismofobia se tornarão crimes? Infelizmente, já vejo humoristas e comediantes sendo presos por fazerem piadas sobre calvos e sobre anões.
Como se vê, uma análise apurada e objetiva dos fatos mostra, efetivamente, que o progressismo não busca o progresso e a edificação da sociedade. A ideologia progressista é uma religião secular, baseada na aglomeração de coletivos vitimistas, estimulados a cultivar uma fé irracional no estado — considerado uma divindade soberana e onipotente pelos adeptos da seita —, que eventualmente acabarão engajados em atos de súplicas perpétuas por inúmeros privilégios e benefícios.
Militantes progressistas não são pessoas querendo construir e produzir, mas são pessoas querendo parasitar cada vez mais o dinheiro do pagador de impostos. Não são pessoas que desejam dar o seu melhor, agregar valor e contribuir de forma altruísta para edificar a sociedade; são pessoas que desejam unicamente receber, receber, receber e receber. São pessoas que, por se julgarem vítimas de algum monstro imaginário — como o patriarcado opressor ou o capitalismo selvagem (duas coisas inexistentes no Brasil) — se julgam no direito de receber privilégios governamentais, sem ter que dar uma contrapartida para a sociedade, ou oferecer algo em troca.
Na verdade, militantes progressistas são criaturas egocêntricas, narcisistas e sumariamente egoístas, que nunca foram oprimidas por ninguém. Mas abraçaram uma narrativa conveniente, que as permite reivindicar algo da qual elas não têm direito. Para muitos, essa acaba sendo uma alternativa muito melhor e mais segura do que ter que assumir as responsabilidades da vida adulta. Na verdade, o progressismo fornece uma justificativa socialmente plausível e um refúgio ideológico seguro para adultos que desejam permanecer infantilizados, sendo mantidos como dependentes permanentes do estado paternalista.
Os fatos mostram isso para além de qualquer dúvida: o progressismo não produz progresso porque é uma religião secular baseada no agrupamento de coletivos histéricos e autoritários, que reivindicam coisas como justiça social, direitos, privilégios, assistencialismo governamental e inúmeros benefícios. Militantes progressistas são pessoas que, por definição, desejam retirar recursos e parasitar cada vez mais a sociedade. Não são pessoas que desejam contribuir com seriedade para construir uma sociedade edificante, plena e coesa, onde a livre iniciativa prospera e os indivíduos tem ampla autonomia para tomar as próprias decisões.
Para piorar, o vitimismo da seita acaba estimulando a militância a mergulhar ainda mais nos delírios histéricos tão característicos da ideologia progressista. Como passaram a acreditar que são pobres vítimas da sociedade, militantes se acham no direito de exigir coisas como “reparação histórica”, “cotas” e benefícios diversos. Como ouvem frequentemente dos arautos da seita que eles lutam por uma “causa justa”, militantes passaram a acreditar cegamente que eles são os donos da razão, os incontestáveis portadores da verdade. Quem se opõe a eles, portanto, boa pessoa não deve ser. Por isso, militantes ficam tão histéricos e encolerizados quando alguém diverge da seita progressista.
Toda essa miopia intelectual, combinada com o comportamento visualmente afunilado de manada, invariavelmente conduz os militantes a se tornarem pessoas excepcionalmente egocêntricas, egoístas, narcisistas e autoritárias. Moralmente, o progressismo não é uma simples oposição ao altruísmo — o progressismo é uma ideologia onde o egoísmo foi elevado a uma potência autoritária superlativa. Enquanto o altruísta se pergunta o que ele pode fazer pela sociedade, o egoísta pergunta o que a sociedade pode fazer por ele. O progressista, por sua vez, através da intervenção governamental, exige com prepotência que toda a sociedade o sirva, faça coisas por ele, lhe conceda inúmeros benefícios, pague suas contas e arque com todas as suas despesas. O progressista é um egocêntrico patológico, narcisista e arrogante, com megalomania e delírios de grandeza. Ele acredita fervorosamente que todos tem a obrigação de servi-lo.
Outro fator pelo qual o progressismo não produz progresso está relacionado diretamente ao fato de que, economicamente, o progressismo é uma nulidade. Em parte, isso foi explicado acima. Militantes progressistas, em sua maioria, não são pessoas interessadas em produzir riquezas. Eles estão interessados unicamente em parasitar a sociedade. Dos poucos que se interessam por empreendedorismo, estes aplicam a lógica marxista aos seus negócios, e acabam falindo rapidamente.
Economicamente, militantes progressistas são a favor de deixar toda a produtividade e toda a ação econômica sob a tutela do estado (ironicamente, isso é fascismo). São planejadores centrais, com grandes inclinações ao keynesianismo. Ou seja, não existem as menores condições de haver real desenvolvimento em tais circunstâncias. Sua plataforma ideológica demasiadamente fantasiosa, irrealista, infantil e histriônica faz com que o progressismo permaneça ostensivamente afastado de qualquer possibilidade mínima de ser catalisador do progresso, em qualquer área de atuação da sociedade humana, seja ela econômica, cultural, social ou acadêmica.
Conclusão
No final das contas, não existe absolutamente nenhum aspecto do progressismo que seja realmente benéfico para a sociedade, ou tenha potencial legítimo para deflagrar o progresso, por mínimo que seja. Nem socialmente, nem politicamente, nem economicamente o progressismo é capaz de produzir progresso — sua plataforma ideológica simplesmente não prioriza nada disso.
Moralmente e eticamente não vale a pena nem comentar, visto que o progressismo é uma nulidade total nestas duas áreas das ciências humanas. Na prática, o progressismo é a imposição arbitrária da ditadura totalitária politicamente correta, que tem sua plataforma ideológica reforçada como lei através do positivismo jurídico estatal. Não há absolutamente nenhuma consideração pela ética, pela moral ou pela individualidade. De fato, para se impor de forma vertical sobre a sociedade, o progressismo precisa corroer ostensivamente a ética e a moral, o que vem sendo executado de forma truculenta.
O individualismo, por sua vez, é obliterado através de um processo arbitrário de homogeneização da sociedade, da mesma forma que, concomitantemente, seus agentes deflagram processos judiciais e inominável perseguição contra todas as pessoas que não são submissas à ditadura totalitária politicamente correta.
Com este artigo, foi possível escancarar a face abominável e opressiva da ideologia progressista e entender porque o progressismo não produz progresso. Os fatores mais relevantes são estes:
— A religião secular progressista baseia-se na conflagração e na perpetuação de conflitos. Não pretende resolver nenhum deles.
— Seu objetivo é criar um número cada vez maior de coletivos distintos e incompatíveis (que protagonizarão tais conflitos).
— Aquisição de entitlement (“direitos inerentes” para os militantes, por serem oprimidas “vítimas da sociedade”). O entitlement, no entanto, vai variar de acordo com a posição de cada um na olimpíada do oprimido.
— Objetivo de parasitar a sociedade cada vez mais, com um número cada vez mais extravagante de privilégios e benefícios para os militantes, sob a justificativa de que isso executa uma espécie de reparação social e dívida histórica.
— Criação de riquezas e produtividade vistas como algo irrelevante (portanto, não existe uma plataforma econômica sólida, coesa e eficaz na ideologia progressista).
Como ficou fácil de entender através desta análise, o progressismo é uma ideologia altamente corrosiva e destrutiva. É uma seita que, de salutar, edificante e construtiva, não possui absolutamente nada, nem sequer no mais ínfimo grau. Progressismo é sobre retirar, e não sobre agregar. É sobre destruir, e não sobre construir. É sobre incendiar a sociedade, e não pacificá-la. E, acima de tudo, o progressismo é uma ideologia que — sob uma fachada social de luta a favor dos oprimidos —, pretende estabelecer um controle autoritário sobre toda a sociedade, tornando-se suprema, incontestável e soberana sobre tudo e sobre todos.
Definitivamente, progresso e progressismo são duas coisas totalmente incompatíveis, que não podem coexistir. Onde há progresso, não há progressismo. Onde há progressismo, não existe progresso.