Na tarde do dia 13 de abril motoristas e cobradores da Viação Estrela (ex-Taguatur) paralisaram suas atividades. O protesto dos trabalhadores contra o pagamento fracionado de salário e uma série de outros atropelos pela Viação Estrela é compartilhado por centenas de outras pessoas em dezenas de outras empresas. O Sindicato dos Rodoviários, que deveria defender a categoria, é apontado pelos trabalhadores como alinhado aos empresários. “Ele só funciona apenas para tocar greves no começo de cada ano a mando dos donos de empresas para pressionar o prefeito para aumentar a passagem”, disse um motorista ouvido pela reportagem.
Ao longo das últimas semanas o Blog do Linhares ouviu dezenas de profissionais nas mais diversas áreas do transporte rodoviário e identificou uma série de denúncias de abuso. Situações que vão do pagamento fracionado de salários, supressão de direitos até situações que colocam em risco a vida dessas pessoas.
A Viação Estrela emprega 600 funcionários na região do Itaqui-Bacanga rodam cerca de 200 ônibus coletivos. O protesto de ontem foi motivado por uma série de abusos cometidos pela Viação Empresa: 1) Pagamento fracionado dos salários 2) Desconto abusivo nos salários por avarias nos veículos 3) Demissão em massa de cobradores 4) Fraude na contagem de horas no contracheque e uma série de outras denúncias graves.
Os manifestantes disseram que este mês houve casos de cobradores e motoristas receberem de R$ 68 a R$ 400. Os funcionários disseram que a empresa não avisou sobre pagamento salarial reduzido.
O Sindicato dos Rodoviários do Maranhão divulgou nota, considerada mentirosa pela categoria, em que afirma apoiar o movimento dos funcionários. Mesmo ciente das problemas, o sindicato esperou a manifestação estourar para manifestar-se.
CATEGORIA ABANDONADA
Denúncias semelhantes contra a Viação Estrela foram detalhadas ao blog por funcionários de outras empresas.
A São Benedito/Planeta, outra empresa que atua na capital maranhense, é acusada de atrasar meses de salários e não tem depositado o FGTS nas contas dos trabalhadores desde antes da pandemia. Além da omissão do sindicato, os rodoviários também acusam o Ministério Público do Trabalho de saber da situação e não tomar providências. Alguns motoristas da São Benedito/Planeta estão há anos sem receber férias. Os funcionários são pressionados pela empresa para pedir demissão em troca do recebimento de salários atrasados, férias e outros benefícios.
A Ratrans, outra empresa do setor, também é acusada promover abusos pelos funcionários. Entre eles, o não pagamento correto de férias, pagamento fracionado de salários, não pagamento de horas extras a cobradores e motoristas, não depositar FGTS. A empresa é acusada por uma série de funcionários de suprimir gradativamente direitos trabalhistas nos últimos anos.
Empresas de fretamento também são alvo de acusações pelos rodoviários. A Empresa Vix Logística é apontada como responsável pela criação de um cargo chamado “motorista júnior” para profissionais sem experiência com salário muito abaixo do piso. A empresa promete equalizar os salários após alguns meses de experiência. Contudo, há relatos de casos de motoristas que esperam há três anos pelo ajuste salarial. Apesar de ser mostrada como saída para a contratação de motoristas sem experiência, há relatos de motoristas com 15 anos de profissão que foram contratados desta maneira. A prática, segundo os denunciantes, conta com a anuência do Sindicato dos Rodoviários.
A insatisfação com o sindicato tem estimulado rodoviários a não buscar a sindicalização. Contudo, para surpresa da categoria, empresas como a Vix Logística pressionam os trabalhadores a aceitarem a sindicalização e pagar a mensalidade exigida. A denúncia reforça a tese de conluio entre sindicato e patrões.
DEFESA
Ouvido pelo blog, o vereador de São Luís, Marquinhos (DEM), afirmou que pretende levar a situação ao plenário da Câmara Municipal e, caso seja necessário, sugerir a criação de uma CPI para investigar o caso. “Os desmandos no setor são inúmeros. Essa situação dos trabalhadores é absurda e já está ligada a outros problemas, como o sumiço dos créditos nas carteiras. Vou procurar a categoria e vamos tomar as providências”, disse.
Em relação ao âmbito estadual, o blog ouviu o deputado estadual César Pires (PV) que se mostrou perplexo com as denúncias. Pires também pretende ouvir motoristas das empresas citadas e levar o caso ao Ministério Público do Trabalho (MPT). “Vamos encampar essa luta na Justiça! Em pleno século XXI não podemos admitir que este tipo de situação persista. As portas do meu gabinete estão abertas aos que são lesados e vamos leva-los ao Ministério Público do Trabalho para resgatar seus direitos”, disse.
Respostas de 6
Se tivesse colocado metrô acabava com essa p…. mas não, ficam no atrasando o progresso. Governo e empresários.
Falta de respeito com nossa categoria
Sou motorista da VIX LOGÍSTICA, assitir seu conteúdo sobre a categoria, sou do fretamento na VIX LOGÍSTICA, quando eu entrei eu já tinha experiência, é mim colocaram como motorista júnior recebendo um salário desonesto de R$ 1.198
No ato da nossa contratação , nós colocaram pra assina um documento do sindicato,quando mim recusei a mim sindicaliza, a funcionária do RH falou que eu era obrigado assina pra contratação.
A empresa em relação a pagamento é ótima, em relação a horas extras, é tempo de serviço. E ótimo. Nos motoristas da VIX não temos o que reclamar!
Mais esse salário júnior não deveria existir! Nossos companheiros trabalham como nós! O menor carro que tem lá que eles chama “micro- ônibus nao existe! No documento do veículo, está como lá ” veículos esperce” O ônibus ” todos eles.