
BRASÍLIA, 29 de dezembro de 2025 – Até 22 ministros do governo do presidente Lula devem deixar seus cargos para disputar as eleições de 2026, o que pode atingir até 56% dos 39 integrantes do primeiro escalão.
A possibilidade foi tratada em reunião realizada em 17 de dezembro, na Granja do Torto, em Brasília, com ministros, presidentes de bancos públicos e líderes governistas no Congresso.
Durante o encontro, que durou cerca de cinco horas, Lula afirmou que 2026 será o “ano da verdade” e cobrou definições políticas dos aliados.
Segundo o presidente, os ministros interessados em concorrer devem se afastar dentro do prazo legal de desincompatibilização, que se encerra em abril, seis meses antes do primeiro turno das eleições de 2026.
Além disso, Lula declarou que espera que os auxiliares que deixarem o governo obtenham êxito nas disputas eleitorais. Em outra fala, o presidente ironizou o comportamento de ministros ao serem substituídos ou ao decidirem sair do cargo, atribuindo a decisão, em alguns casos, à pressão popular e às ambições políticas.
MINISTROS COTADOS PARA A DISPUTA
Entre os nomes citados para as eleições de 2026 está o vice-presidente Geraldo Alckmin, atual ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que deve deixar o cargo para disputar novamente a Vice-Presidência. Outros ministros também são apontados como pré-candidatos a cargos no Legislativo ou em governos estaduais.
Na lista estão Gleisi Hoffmann, Fernando Haddad, Simone Tebet, Jader Filho, Paulo Teixeira, Márcio França, Anielle Franco, Alexandre Silveira, André de Paula, Carlos Fávaro e Sílvio Costa Filho. Também aparecem Sônia Guajajara, Wolney Queiroz, Luiz Marinho, Renan Filho, Rui Costa, André Fufuca e Marina Silva.
Esses ministros são cotados para disputar vagas na Câmara dos Deputados, no Senado ou em governos estaduais, conforme suas bases políticas. Pelo Partido dos Trabalhadores, ao menos cinco integrantes do ministério estão entre os nomes mencionados para deixar o governo antes das eleições de 2026.
PRESSÃO SOBRE PARTIDOS DE CENTRO
Durante a mesma reunião ministerial, Lula também cobrou posicionamento de partidos do centrão que ainda não definiram apoio à sua reeleição. A cobrança foi direcionada a siglas como PSD, Republicanos e MDB, que integram a base governista e possuem ministros interessados em disputar cargos eletivos.
O centrão concentra parte dos ministros cotados para vagas no Senado, como André Fufuca, Sílvio Costa Filho e Alexandre Silveira. O presidente afirmou que partidos e ministros precisarão definir claramente de que lado estarão no processo eleitoral, reforçando a necessidade de alinhamento político até as eleições de 2026.
Por fim, Lula confirmou que disputará a reeleição para um quarto mandato presidencial. Ele governou o Brasil entre 2003 e 2010 e retornou ao Planalto em 2023. Caso seja reeleito, alcançará um feito inédito ao conquistar um segundo mandato consecutivo após retornar à Presidência.







