BRASÍLIA, 15 de maio de 2024 – A Polícia Federal marcou o depoimento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), para a próxima sexta (17). Ele será ouvido no âmbito da Operação Odoacro, que investiga um suposto desvio de emendas parlamentares em emendas do ministro para a pavimentação de ruas de Vitorino Freire.
A cidade é comandada pela irmã de Juscelino, Luanna Rezende, que chegou a ser afastada do cargo no ano passado e depois retomou o mandato. O depoimento estava marcado para o último dia 10, na sede da PF, em Brasília, mas foi adiado.
Em nota, o ministério das Comunicações afirmou que Juscelino é “vítima de uma acusação injusta” e é “o maior interessado para que este caso seja esclarecido”.
“Sua conduta sempre foi pautada pela ética, responsabilidade social e utilização adequada dos recursos públicos para melhorar as condições de vida da população mais pobre”, diz o texto enviado pela pasta.
A emenda parlamentar investigada foi indicada por Juscelino quando ele era deputado federal. O dinheiro foi enviado por meio da Codevasf. É a primeira vez que um ministro desta gestão do presidente Lula vai à PF prestar depoimento.
Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que 80% da estrada custeada pela emenda beneficiou propriedades dele e de seus familiares na região.
Em nota, o ministro afirmou que a obra em questão “é um bem do povo de Vitorino Freire e a sua pavimentação, uma demanda antiga da população”.
“A estrada em questão conecta 11 povoados, onde centenas de pessoas sofrem, diariamente, com grandes desafios para se locomoverem ao trabalho, escolas, hospitais e postos de saúde, especialmente durante períodos chuvosos, quando a via se torna intransitável, isolando essa população”, explicou ele.
A obra de pavimentação da estrada foi orçada em R$ 7,5 milhões e tocada pela construtora Construservice, que tinha como sócio oculto o empresário Eduardo José Barros Costa, mais conhecido como “Eduardo DP” ou “Imperador”.
Relatório da PF indica que Juscelino integraria uma “organização criminosa” com o empresário com base em mensagens analisadas pelos investigadores no celular de Eduardo DP no período entre 2017 e 2020.