
BRASÍLIA, 16 de outubro de 2025 – O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, determinou a quebra do sigilo telefônico do empresário Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como Pacovan.
A decisão, publicada nesta quinta (16), integra investigação sobre corrupção passiva e organização criminosa envolvendo emendas parlamentares. Pacovan foi morto a tiros em junho deste ano em Zé Doca, no interior do Maranhão, mas segue como peça central no inquérito.
A Procuradoria-Geral da República apontou o empresário como um dos articuladores de um suposto esquema de desvio de recursos. Conforme a denúncia, Pacovan atuaria a mando do deputado federal Josimar Maranhãozinho para intermediar pagamento de propina.
O alvo seria o então prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio Nunes, em troca da liberação de verbas. A investigação também envolve os deputados Pastor Gil e Bosco Costa.
O ministro Zanin autorizou o acesso aos dados mantidos pela operadora Vivo referentes a um número específico. O período determinado para a quebra abrange de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2019 e parte de novembro e dezembro de 2020.
A decisão estabeleceu um prazo improrrogável de cinco dias para que a telefônica forneça as informações. A medida busca elucidar a atuação do empresário no suposto esquema criminoso.
Em interrogatório no STF, o deputado Josimar Maranhãozinho fez críticas ao empresário, tentando desqualificá-lo. Ele afirmou que Pacovan era “analfabeto”, “falava demais” e que gerava confusões. O parlamentar declarou ainda que, se pudesse, jamais teria cruzado com o homem.
No entanto, o Ministério Público Federal sustenta que o empresário participava de operações financeiras paralelas ligadas às emendas.







