
MARANHÃO, 15 de maio de 2025 – O Maranhão manteve-se em 2024 como o estado que mais desmata o Cerrado, bioma que concentrou 52,5% de toda a perda de vegetação nativa do Brasil no último ano.
Apesar de uma redução de 34,3% na área desmatada em relação a 2023, o estado devastou 218.298 hectares – o equivalente a dois campos de futebol por hora –, segundo o Relatório Anual do Desmatamento (RAD) do MapBiomas, a ser divulgado nesta quinta (15).
Destaques do relatório
- Queda geral: Pela primeira vez desde 2019, todos os biomas (exceto Mata Atlântica) reduziram o desmatamento. A área total perdida no país caiu 32,4%, para 1,24 milhão de hectares.
- Cerrado pressionado: O bioma respondeu por 652 mil hectares de desmate, com 75% concentrados no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
- Maranhão no topo: Além de liderar no Cerrado, o estado aparece ao lado do Pará como responsável por 65% do desmatamento nacional.
Velocidade da destruição
Enquanto a Amazônia perdeu 7 árvores por segundo em 2024, o Cerrado teve ritmo mais acelerado: 1.786 hectares/dia. O pico ocorreu em 21 de junho, com 3.542 hectares devastados em 24 horas.
Quedas e exceções
- Pantanal: Maior redução proporcional (-58,6%).
- Amazônia: Menor área desmatada da série histórica (377 mil hectares), mas Acre teve alta de 30%.
- Caatinga: Registrou o maior alerta individual do MapBiomas: 13.628 hectares em um único imóvel no Piauí.
Pressão agropecuária
97% do desmatamento nos últimos seis anos estão ligados à agropecuária. No Cerrado, 45% da devastação em 2024 ocorreu por expansão urbana.
O MapBiomas alerta que, apesar da queda, o Matopiba segue como “fronteira quente” do desmate. O Maranhão, mesmo com avanços, ainda é o epicentro da crise no Cerrado.