
MARANHÃO, 05 de dezembro de 2025 – Nos anos de 2014 a 2022, um estudo da Sociedade Brasileira para Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente analisou incidentes envolvendo recém-nascidos no NOTIVISA, que registrou 39.373 falhas na assistência hospitalar no Brasil.
O Maranhão contabilizou 633 ocorrências nesse período, que abrangeram situações em ambientes hospitalares e revelaram a necessidade de atenção ao cuidado neonatal no estado.
O levantamento mostrou que mais de 99% das notificações ocorreram em hospitais e que 26.913 registros foram classificados como eventos adversos. As falhas incluíram problemas com cateteres venosos, lesões por pressão, sondas, extubações acidentais e quedas.
A neonatologista Cristina Ortiz Sobrinho Valete informou que os dispositivos usados em recém-nascidos são delicados e podem se deslocar com facilidade, enquanto a pele dos bebês apresenta alta sensibilidade.
FALHAS MAIS FREQUENTES
As quedas foram menos frequentes, mas exigiram protocolos rígidos nos serviços. A recomendação indicou que recém-nascidos não devem ser transportados no colo durante deslocamentos e que não devem permanecer em superfícies sem supervisão.
A médica destacou que equipes assistenciais e famílias precisam atuar de forma integrada para fortalecer as medidas preventivas.
O estudo registrou desigualdades regionais na distribuição das notificações. O Sudeste concentrou o maior número de ocorrências, seguido por Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte.
Embora o Maranhão não lidere em volume absoluto, os 633 registros mostraram que o cenário estadual acompanha o comportamento nacional. A SOBRASP afirmou que os números representam somente o que foi notificado e que há sub-registros no país.
ÓBITOS E DESAFIOS CIRÚRGICOS
A pesquisa identificou também óbitos relacionados a procedimentos cirúrgicos, que representaram 1,5% dos eventos adversos nessa área.
A entidade informou que muitas cirurgias neonatais acontecem em situação de urgência, o que contribui para a vulnerabilidade do paciente. Além disso, manter a temperatura corporal dos bebês durante intervenções se mostrou um desafio recorrente.
Os pesquisadores relataram limitações no sistema NOTIVISA, como categorias pouco precisas e dificuldades para registrar a idade dos bebês em dias.
A Anvisa atualizou o sistema em 2025 para corrigir essas falhas, reorganizar categorias e aprimorar critérios de classificação, com o objetivo de qualificar a vigilância dos incidentes neonatais.







