
MARANHÃO, 17 de janeiro de 2025 – O Brasil registrou redução no número de crianças e adolescentes entre zero e 17 anos vivendo na pobreza. Apesar disso, em 21 estados, mais de 50% dessa população enfrenta privações de acesso à renda, educação, informação, água, saneamento, moradia, proteção contra o trabalho infantil e segurança alimentar.
Entre os que vivem em pobreza extrema, o número também caiu de 13 milhões (23,8%) para 9,8 milhões (18,8%) entre 2017 e 2023.
Os dados fazem parte do estudo “Pobreza Multidimensional na Infância e na Adolescência no Brasil — 2017 a 2023”, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) nesta quinta-feira.
O levantamento, baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), define privações intermediárias como acesso limitado ou de má qualidade a um direito. Já a pobreza extrema ocorre quando há ausência total desse acesso.
NÚMEROS ABSOLUTOS E REGIÕES EM DESTAQUE
São Paulo apresentou o melhor desempenho, com 31,5% das crianças e adolescentes vivendo com alguma privção, totalizando 3,3 milhões de indivíduos. Apesar do percentual mais baixo, o estado tem a maior quantidade absoluta de pessoas nessa condição, seguido pela Bahia (2,4 milhões) e o Pará (2,2 milhões).
No Distrito Federal, 34,1% das crianças enfrentam privações, somando 244,4 mil indivíduos. Minas Gerais (38,3%), Rio de Janeiro (42,1%) e Espírito Santo (45,2%) também apresentam percentuais elevados. No Sul, os estados do Paraná e Rio Grande do Sul registraram 46,2% e 46,3%, respectivamente.
NORTE E NORDESTE
Estados do Norte e Nordeste, como Maranhão, Pará, Rondônia, Amapá e Acre, registram mais de 80% de crianças e adolescentes com alguma privção de direitos fundamentais. O Piauí é o único estado com mais de 90% dessa população em situação de vulnerabilidade.