BRASÍLIA, 15 de agosto de 2024 – O presidente Lula selecionou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para integrar o Comitê Permanente de Construção da Paz no Campo, com o objetivo de combater a violência na zona rural.
A decisão é notável, já que o número de invasões realizadas pelo MST cresceu 213% em 2023 em relação a 2022, durante o primeiro ano do terceiro mandato de Lula.
No início deste ano, Lula já havia concedido ao MST cargos estratégicos na Presidência da República, no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
No entanto, essas medidas não conseguiram conter o aumento da violência associada ao grupo.
Com a criação deste comitê, Lula busca envolver o MST na formulação de políticas públicas e na construção de diretrizes para o enfrentamento da violência no campo. Os nomes dos representantes do movimento devem ser anunciados em breve.
Além do MST, o governo convidou outras organizações que também defendem invasões de terras para participar do comitê.
Entre elas estão a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (Contag), o Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), a Pastoral da Juventude Rural (PJR) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf).
A lista de entidades convidadas por Lula não inclui representantes do agronegócio, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a União Democrática Ruralista (UDR). Essa exclusão chamou a atenção do setor, que não foi incluído no comitê.
Na semana passada, o diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), representado por sua presidente, Gleisi Hoffmann, apresentou uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra uma lei aprovada no Rio Grande do Sul.
A legislação visa punir invasores de fazendas e prédios públicos.