
BRASÍLIA, 30 de abril de 2025 – O governo Lula (PT) nomeou 323 aliados políticos para conselhos de administração e fiscais de estatais e empresas com participação estatal, conforme revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda (28).
Os cargos, que pagam valores extras por participação em reuniões, elevaram os rendimentos de ministros, assessores e parlamentares, com alguns recebendo mais de R$ 80 mil mensais.
Entre os beneficiados estão ministros como Anielle Franco (Igualdade Racial), Carlos Lupi (Previdência) e Vinícius Marques de Carvalho (CGU), além de dirigentes do PT e aliados do Congresso.
Apesar das exigências da Lei das Estatais, parte dos indicados não tem formação técnica compatível com as funções, como assessores com formação em jornalismo e história ocupando cargos em empresas de infraestrutura e finanças.
Débora Raquel Cruz Ferreira, chefe de gabinete da Secretaria de Empresas Estatais, foi nomeada para o conselho da Emgeprom, ligada à Marinha, sem experiência prévia no setor. Lucas Monteiro Costa Dias, assessor da Secom, recebe R$ 5,4 mil mensais como conselheiro fiscal da Caixa Cartões.
No Congresso, aliados como Ana Paula de Magalhães (gabinete de Davi Alcolumbre) e Micheline Xavier Faustino (assessora de Rodrigo Pacheco) ocupam cargos em estatais como Eletronuclear e PPSA, com ganhos extras de até R$ 13,7 mil.
O PT também foi beneficiado, com a tesoureira Gleide Andrade no conselho de Itaipu e ex-deputados em empresas como Telebrás e IRB.
Ministros do governo Lula como Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) acumulam funções no conselho de Itaipu, com jetons de R$ 34 mil por reunião. Outros, como Luiz Marinho (Trabalho) e Alexandre Padilha (Saúde), recebem mais de R$ 28 mil mensais no Sesc.
O Planalto afirma que todas as nomeações seguem critérios legais.